Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Turismo de proximidade é trunfo para férias em época de pandemia

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Com a chegada da época balnear e do verão, grande parte dos portugueses já só pensa em férias. Apesar da pandemia, cancelar as estadias em unidades hoteleiras ou adiar as “escapadinhas” não fazem parte dos planos, sendo “adaptação” a palavra de ordem. Tudo indica que no verão de 2020, as praias vão deixar de ser o destino de eleição para dar lugar ao turismo rural e de proximidade em zonas mais “calmas” de Portugal, como são o Oeste e o Centro.

Desde novo que César Castro goza, pelo menos, uma semana do mês de agosto em Albufeira. As férias familiares são para o alcobacense uma das épocas mais ansiadas do ano, em que o computador e o telemóvel ficam guardados no fundo da mala e os passeios com os filhos e jantares com os amigos ocupam grande parte da agenda. “É uma tradição que nunca foi interrompida. Não são necessárias longas conversas ou planeamentos muito atentos porque todos sabemos que entre aqueles dias vamos estar no Algarve”, conta.

No entanto, o verão de 2020 será diferente, devido à situação pandémica. Para evitar aglomerados e longas deslocações, César Castro optou por alugar um alojamento rural na zona de Tomar para as férias de verão. “Estamos perto de casa e esse aspeto, embora na verdade não tenha grande influência, deixa-nos a todos mais tranquilos. É uma casa privada e tem piscina. Neste momento é o que pode ser e acredito que já somos uns verdadeiros felizardos por aproveitar este cenário”, declara. Com a mulher em situação de lay-off há cerca de dois meses, a alternativa é também positiva para o encargo económico da família. “As deslocações são menores e o custo de vida também. Não podemos comparar o custo de uma refeição em Tomar e no Algarve… Na verdade ainda não encontrei um aspeto negativo nestas novas férias”, graceja.

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“Férias cá dentro” são o lema deste verão. De acordo o Turismo de Portugal, as unidades de alojamento que possuem piscina e proporcionam uma maior privacidade e isolamento aos turistas portugueses que procuram um desconfinamento seguro registam um crescimento acentuado da procura. Também a solicitação de residências familiares na plataforma Airbnb verificaram um aumento na ordem dos 73%. Por sua vez, os hotéis apostam em alterações para garantir a segurança dos clientes, sabendo que os portugueses vão ocupar a maioria das reservas.

No Your Hotel & Spa Alcobaça foram feitas adaptações no sentido de assegurar uma experiência “verdadeiramente relaxante” apesar da situação vivida a nível mundial. “O hotel já é privilegiado, pois está inserido num contexto de natureza, o que é dos aspetos mais procurados para este período de férias”, nota Hugo Gaspar, gestor de negócio do hotel. A taxa de ocupação foi reduzida em 50% e a oferta de serviços foi também adaptada. “A variedade de tratamentos faciais e corporais que temos à disposição foi parcialmente suspensa, estando a funcionar apenas o serviço de massagens com um top cinco. Os formulários ao balcão e o check in, brevemente, vão ser feitos integralmente através de plataformas digitais”, informa.

Relativamente às atividades, os passeios pedestres, atividades marítimas, passeios de jipe e até piqueniques são as sugestões da unidade de quatro estrelas detentora do selo “Clean and Safe” atribuído pelo Turismo de Portugal.

No hotel de quatro estrelas, na Fervença, o cliente nacional continua a liderar as reservas. “Este é um ano muito atípico e a incerteza domina o setor. Com a ocupação reduzida a 50%, a receita vai sofrer uma quebra significativa, mas é importante continuar a trabalhar no sentido positivo e esperar por dias melhores”, analisa Hugo Gaspar.

Mas há quem continue a preferir destinos de praia e aí a Nazaré continua a ser um clássico da região. De acordo com Orlanda Veríssimo, chambrista há mais de três décadas, a procura diminuiu entre os meses de maio e junho, face ao período homólogo. No entanto, as reservas para os meses de julho e a agosto continuam a aumentar, o que ajuda a “tranquilizar a ansiedade” provocada pela pandemia. “Antevia um cenário mais negro, tenho de confessar. As reservas nos próximos meses não ficam muito abaixo do ano anterior e embora os portugueses liderem a procura, temos também estrangeiros”, nota a nazarena.

Nas duas moradias que gere na vila da Nazaré, Orlanda Veríssimo implementou “apertadas medidas de higienização” e fornece aos visitantes todos os materiais de proteção e higiene pessoal. “Temos material para desinfeção das mãos, roupa de cama e do espaço. Além disso também colocamos à disposição duas máscaras de proteção individual”, acrescenta. Ainda assim, a nazarena não esconde o receio de dar as boas-vindas a hóspedes durante a pandemia. “Tomei todas as precauções que estavam a meu alcance, mas tenho receio de não conseguir evitar um possível contágio. Neste momento a bola está do lado do cliente e cabe a cada cidadão tomar decisões conscientes para que este verão não seja um problema para todos”, analisa.

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