Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Covid-19: Ajudar ponto a ponto

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A nazarena Maria Batalha estaria ocupada por estes dias a preparar o lançamento da sua última coleção de biquínis. Mas, com a pandemia e com a necessidade que sentiu em “fazer alguma coisa para ajudar”, a designer de moda tem ocupado os seus dias a arranjar moldes para confecionar máscaras, macacões, batas, carapuças e botas e a esticar rolos de 300 metros para cortar 20 metros para cada uma das voluntárias que se associou ao movimento de voluntariado da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, em parceria com a Câmara.

A nazarena Maria Batalha estaria ocupada por estes dias a preparar o lançamento da sua última coleção de biquínis. Mas, com a pandemia e com a necessidade que sentiu em “fazer alguma coisa para ajudar”, a designer de moda tem ocupado os seus dias a arranjar moldes para confecionar máscaras, macacões, batas, carapuças e botas e a esticar rolos de 300 metros para cortar 20 metros para cada uma das voluntárias que se associou ao movimento de voluntariado da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, em parceria com a Câmara.

“Logo no início da pandemia, uma das funcionárias do infantário da Confraria, que já estava em casa com o fecho dessa valência, começou a fazer máscaras porque havia essa necessidade da instituição, especialmente no lar“, conta a jovem de 24 anos. Entretanto, Maria Batalha apercebeu-se da criação do gorro integral do designer de moda Marco Moreira, também da Nazaré, e foi aí que decidiu colocar mãos à obra. “Contactei-o, pedi o molde e comecei a juntar no WhatsApp um grupo de costureiras voluntárias, entre funcionárias da Confraria e Paróquia. 

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O material é fornecido pela Confraria e pela Câmara e o resto do trabalho fica por conta das costureiras. Num grupo com cerca de 30 voluntárias, criou-se uma espécie de linha de montagem. Tudo começa no Palácio Real, no Sítio, onde Maria Batalha, com a ajuda da mãe, vai esticando os rolos de 300 metros de TNT e corta cerca de 20 metros para cada voluntária poder trabalhar. Depois, a Confraria encarrega-se de distribuir o tecido, à porta das voluntárias, ao mesmo tempo que recolhe os materiais de proteção já confecionados. “Há equipas que cortam e outras que cosem”, acrescenta a jovem, explicando que “há quem tenha mais prática com a máquina de costura e há quem não esteja tão habituado a estas lides”. 

Marta Faria, uma das funcionárias do jardim de infância da Confraria, está a cortar os moldes para as várias peças dos kits. “Só fazia estes trabalhos para as pessoas de casa, mas o que importa agora é ajudar. Estando em casa, é o mínimo que posso fazer por quem mais precisa”, sublinha a voluntária. “Hoje é por eles, amanhã pode ser por nós”, nota Marta Faria, que recebeu das mãos de Maria Batalha mais um rolo de tecido.

Já na Confraria são feitos os kits, compostos por uma máscara, umas botas, um gorro integral, uma bata ou um macacão. “São os profissionais de saúde que acabam por nos contactar. Já entregámos material ao Centro Hospitalar de Leiria, ao Hospital S. João, no Porto, em Rio Maior e a várias instituições na Nazaré”, explica a nazarena.

Na Benedita, o mesmo movimento também aconteceu. Com a fábrica de malas parada pela primeira vez desde o ano 2000, quando começou a laborar, a pandemia não conseguiu, todavia, travar a vontade da empresária e costureira Sandra Coelho, que canalizou oito das nove profissionais que consigo trabalham para a confeção de batas para profissionais de saúde do Centro Hospitalar do Oeste Norte, em Caldas da Rainha.

A Covid-19 parou o País a partir de meados de março, mas as máquinas de costura de Sandra Coelho retomaram atividade a 2 de abril e, desde então, já produziram quase duas mil batas. Entre corte e costura, cada exemplar demora cerca de 20 minutos até ficar pronto.

As nove costureiras, incluindo Sandra e a irmã, que não integra a empresa mas se disponibilizou para ajudar desde a primeira hora, começam a trabalhar às 8 da manhã e só largam as máquinas às 18 horas. “É um dia de trabalho normal”, resume a empresária, que explica que consegue manter a produção graças ao regime de lay-off em que se encontram as funcionárias. De resto, entre eletricidade e linhas de costura, é a empresa que assume os custos.

O tecido é fornecido pelo Hospital das Caldas e as batas obedecem todas ao mesmo molde. “Quando começámos, disseram-nos que o Hospital precisa entre duas a três mil batas por semana”, refere a costureira, que confessa a sua dificuldade “em ficar em casa a olhar para as paredes”.

No concelho de Porto de Mós, numa resposta à campanha de voluntariado lançada pelo município de Leiria “Costurar com o coração”, também se costura para ajudar lares e instituições particulares de solidariedade social.

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