Terça-feira, Março 19, 2024
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E depois da pandemia?

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Arrisco uma resposta ao jeito de La Palice: não dá para saber! A única certeza é a mudança. A mudança de hábitos pessoais e sociais: distanciamento contínuo; álcool gel q.b.; KN95 ou cirúrgicas em doses triplas; “adeus” aos apertos de mão, aos beijinhos e abraços na chegada e na partida; menos idas “aqui e ali”, menos consumo. Novas oportunidades? Talvez! Alguns setores, num contraste direto com outros que sucumbem, experimentam índices de produtividade com tendências ascendentes. Talvez possamos observar um espírito cívico mais vincado; mais voluntarioso e solidário! Maior respeito por quem trabalha no serviço público e pelos profissionais de saúde. Talvez possamos, de um prisma otimista, seguir rumo a uma sociedade global em que uma ameaça comum acabe por gerar mais união.

Crises financeiras e economias estagnadas “à parte”, a verdade é que a pandemia tem um impacto que se propaga além dessas fronteiras. Creio que diríamos não acreditar nesta possibilidade, se nos dissessem, no final de 2019, o que nos esperaria. A démodé noção de que o que é “mau” apenas acontece aos outros, talvez explique alguns percalços governativos ao longo deste ano. Sabemos, porém, que não acontece só aos outros. E sabemos também que uma balança vive do equilíbrio entre “dois pratos”. Todos deverão contribuir para que os “pratos” retomem esse equilíbrio. Um ano depois de vivenciarmos momentos jamais pensados e momentos jamais esquecidos, convém refletir.

Aproveitemos a quadra pascal, que convida ao recolhimento, para olharmos para o interior, para avaliarmos quem “queremos ser depois do adeus”. Abril é o mês em que o mundo coloca os olhos numa das síndromes com maior incidência nas novas gerações – o autismo – consciencializando-se para os contornos deste estado clínico que compromete a comunicação e o comportamento social e que coloca a alteridade em questão. Faz sentido (então) apontar o foco para este conceito, ajustando-o à realidade do “agora”. Enquanto sociedade, mas principalmente enquanto executores de cidadania democrática, como nos comportaremos? Afinal a “minha liberdade termina quando começa a do outro”. Um ano “depois”, o “adeus” está afinal ainda longe.

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