O REGIÃO DE CISTER foi ouvir a opinião de dois representantes de associações de pais dos concelhos de Alcobaça e Nazaré sobre a petição nacional que visa diminuir o peso da mochila dos alunos portugueses. “Os nossos filhos não podem andar com o mundo às costas” é o título da petição entregue na Assembleia da República.
“Os nossos filhos não podem andar com o mundo às costas” é o título da petição, que reúne quase 50 mil assinaturas, a pedir um limite para o peso das mochilas dos alunos portugueses. O documento foi entregue na Assembleia da República e foi elaborado, entre outros, pela Confederação Nacional das Associações de Pais. A ideia foi também defendida pelo secretário de Estado da Educação, João Costa.
A petição ultrapassou amplamente o patamar mínimo de 20 mil assinaturas, para que pudesse chegar ao Parlamento. Catarina Melo, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do Centro Escolar de Alcobaça (Apeeacea), foi uma das subscritoras. “Esta é uma temática a debater e para a qual é necessária uma solução imediata”, defende.
“A situação já está a colocar em risco a saúde de crianças e jovens. Não é algo que ainda está para acontecer, como alega o Governo”, afirma Catarina Melo, acrescentando que “qualquer pessoa que pegue numa mochila escolar, percebe imediatamente quão nefasta é a brutalidade de peso suportado por uma criança”.
A presidente da Apeeacea espera, também, que a petição “ajude a agilizar toda a burocracia inerente à emissão de pareceres, criação de Leis ou decretos de lei, uma vez que é urgente retirar peso às mochilas, aplicando finalmente as soluções possíveis”.
Por sua vez, o representante da Associação de Pais do Externato Dom Fuas Roupinho (EDFR), na Nazaré, espera que “a petição seja o início de uma discussão séria e consequente sobre o tema, não tendo que ser novamente reiniciado este processo daqui a alguns anos”. João Delgado sublinha que “o importante é que se faça uma educação para a saúde, salvaguardando as gerações futuras de apresentarem problemas ou predisposições para o aparecimento de diversas doenças relacionadas com a coluna, como é o caso de escolioses, dores de costas e hérnias discais”.
Na visão deste encarregado de educação, as escolas “devem estar equipadas com cacifos seguros, permitindo aos alunos o armazenamento do material escolar em segurança, assim como é importante que os professores comuniquem previamente o material escolar necessário para a realização da aula, evitando o transporte de material desnecessário”.
O representante de pais, que também assinou a subscrição, acrescenta ainda que os encarregados de educação devem envolver-se e ajudar os seus educandos na preparação da mochila escolar, “de modo a evitar o transporte de material desnecessário, tal como no combate ao sedentarismo, incentivando a prática de desporto e outros hábitos salutares”.
O Governo defende que uma solução para o peso das mochilas “tem de passar por uma abordagem mais abrangente, que não se limite a criar novas leis, mas que tenha em conta as realidades de cada escola”.