Altas temperaturas, baixa humidade e ventos fortes. Estiveram reunidos, este domingo, todos os “ingredientes” para uma mistura explosiva que viria a resultar em dois grandes focos de incêndio que seriam notícia em todo o País: Praia da Légua e Burinhosa, ambos na União de Freguesias de Pataias e Martingança.
Altas temperaturas, baixa humidade e ventos fortes. Estiveram reunidos, este domingo, todos os “ingredientes” para uma mistura explosiva que viria a resultar em dois grandes focos de incêndio que seriam notícia em todo o País: Praia da Légua e Burinhosa, ambos na União de Freguesias de Pataias e Martingança.
Aquele que já é considerado, “sem sombra de dúvida”, o maior incêndio de sempre no concelho de Alcobaça consumiu mais de 2.700 hectares de mata e pinhal, uma parte “muito significativa” da mancha de floresta da Mata Nacional no norte do concelho.
Os dois incêndios deflagraram com uma diferença de 40 minutos e a menos de 10 quilómetros um do outro. A proximidade temporal e geográfica deu trabalho às dezenas de bombeiros que atacaram as chamas numa primeira instância. Em poucas horas, perto de 400 bombeiros já estariam destacados para os teatros de operações de Praia da Légua e Burinhosa, com mais 100 viaturas e a ajuda de três meios aéreos. O combate ao incêndio demorou várias horas, durou “noite dentro” e deu trabalho a mais de uma dezena de corporações de todo o distrito.
O resultado são vastas áreas do Pinhal de Leiria queimado. As bermas da Estrada Atlântica perderam o “verde” característico e deram lugar aos tons de cinza durante quilómetros sem fim. Paisagens paradisíacas como a da Praia da Légua e a de Vale Furado perderam o brilho e ficaram escuras como a noite. Parques de merendas que antes faziam as delícias de famílias inteiras estão agora reduzidos a pouco mais que nada. Além de uma catástrofe natural, os incêndios de domingo podem ter consequências nas economias locais das zonas balneares do norte do concelho, muito dependentes da atividade turística.
A Associação Empresarial de Leiria (Nerlei) garante que os prejuízos, no concelho de Alcobaça, atingem os “milhões de euros” e uma centena de proprietários afetados. Há dados que apontam para a destruição de 80% de toda a mata nacional Pinhal do Rei. Um importante ativo, também da chamada região de Cister, desapareceu em pouco mais de 24 horas depois de vários séculos a crescer pacientemente.