Depois de cerca de três anos com a atividade suspensa, a Orquestra Típica e Coral de Alcobaça voltou finalmente aos palcos. O tão aguardado regresso aconteceu no passado dia 19, no Auditório Municipal Ary dos Santos, no âmbito do Festival de Acordeão da vila alentejana de Avis.
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“Foi muito importante para nós voltar a atuar, principalmente depois destes anos tão conturbados devido à pandemia”, afirmou o maestro, presidente e refundador da orquestra, em declarações ao REGIÃO DE CISTER. “Ao contrário do que era habitual, desta vez recebemos o convite e só depois é que nos começámos a preparar”, referiu Aníbal Freire. “Não estávamos preparados, tivemos que duplicar os ensaios”, acrescentou o dirigente.
Com 14 cantores e oito instrumentistas em palco, a Orquestra Típica e Coral de Alcobaça apresentou um repertório composto por conhecidas canções da música ligeira portuguesa, entre as quais se destacaram a “Aldeia da Roupa Branca”, de Beatriz Costa, a marcha “Lisboa Alegre e Triste”, de Augusto Madureira”, ou, como não poderia deixar de ser, “Alcobaça”, de Maria de Lurdes Resende.
Pisar os palcos do país e voltar a afirmar-se no panorama da música da região é um dos objetivos da formação que conta atualmente com 22 elementos, com idades compreendidas entre os 23 e os 72 anos. “Queremos levar o nome de Alcobaça o mais longe possível e melhorar cada vez mais a qualidade da nossa prata da casa”, sublinhou Aníbal Freire.
Fundada em 1956, a Orquestra Típica e Coral de Alcobaça foi um caso de sucesso na década de 1960. O seu repertório era constituído por músicas do Cancioneiro Popular Português e peças expressamente expostas. Com o desaparecimento e afastamento de algumas personalidades, a orquestra acabou, anos mais tarde, por não resistir. Modernizada, com novas sonoridades e temas, em 2003, foi refundada.
A apresentação do primeiro CD durante o espetáculo comemorativo do 2.º aniversário, a 7 de maio de 2005, no Cine-teatro João D’Oliva Monteiro, foi um dos momentos mais marcantes da sua história. O álbum inclui 15 temas populares, principalmente de autores da segunda metade do século XX, como Belo Marques, Alves Coelho (filho) ou Nóbrega e Sousa, mas também algumas canções inéditas, sobretudo, da autoria da dupla Raul Duarte e Aníbal Freire.