Carolina Silva, jovem de 25 anos, natural de Valado de Santa Quitéria, viveu, recentemente, duas das melhores semanas da sua vida. Porque durante esse período de tempo, em plena favela de Quibera, na cidade de Nairóbi (Quénia), a alfeizerense teve a oportunidade de partilhar momentos únicos com crianças necessitadas e, dessa forma, ficar com o coração mais aconchegado.
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Falamos de uma missão de voluntariado que Carolina Silva se propôs a fazer, no âmbito de um projeto da associação “From Kibera With Love”, uma organização não governamental sem fins lucrativos que tem como principal objetivo apoiar populações carenciadas ou vítimas de catástrofes naturais.
A associação, criada também por uma portuguesa (Marta Baeta), tem cerca de dez anos e já tem um espaço físico em pleno centro da favela de Quibera. Atualmente, a instituição ajuda cerca de 55 crianças e jovens, tendo no horizonte a esperança de poder dar-lhes uma educação melhor, apoio médico, alimentação adequada, atividades extracurriculares, bem como apoio às respetivas famílias.
Pouco tempo depois de viver emoções fortes numa experiência que, por certo, jamais esquecerá, Carolina Silva relatou ao REGIÃO DE CISTER o que sentiu depois de concretizar um dos sonhos da sua vida.
“Foi a primeira vez que fiz voluntariado e o que posso dizer é que foi extraordinário. De tal forma que tenho o imenso desejo de voltar à favela de Quibera para mais uma missão. Afinal, deixei lá um bocadinho do meu coração”, assumiu Carolina Silva, que, ainda assim, também não se coibiu de admitir que “nem tudo são rosas”.
“Apesar do sentimento de realização por poder dar um pouco de mim ao contributo fantástico que a associação dá a estas crianças e jovens, a verdade é que também há o reverso da medalha, ou seja, o saber que o que fiz não chega, de todo, para concretizar os objetivos a que nos propomos e que, acima de tudo, estas crianças necessitam. É como encontrar uma agulha no palheiro, tamanhas são as necessidades dos jovens que estão na favela”, assume.
Mesmo tendo noção de que há ainda muito por fazer, a verdade é que a demanda de Carolina Silva, juntamente com todos os outros voluntários que têm abraçado esta causa, tem sido decisiva para a melhoria das condições de vida daquela comunidade, a quem se deseja um futuro mais digno.
“Atualmente um dos jovens da favela já frequenta a universidade, sendo que 11 crianças e jovens frequentam escolas internacionais no Quénia. Outras cinco estão a estudar em escolas internacionais em Portugal e uma jovem adulta está a trabalhar no Dubai. Todas estas oportunidades seriam impensáveis sem suporte. E este suporte não existiria sem donativos”, acrescenta.
Para tentar ajudar a associação, que tem despesas fixas a rondar os 5 mil euros por mês, a jovem decidiu, enquanto esteve em solo africano, organizar uma angariação de fundos para “encher a despensa da associação”.
A missão é de uma nobreza a toda a escala e este tipo de iniciativas merecem todos os elogios. Parabéns, Carolina.