A Associação de Produtores da Maçã de Alcobaça (APMA) anunciou, no passado dia 22 de fevereiro, que registou uma quebra de 13% na produção da maçã, em 2023., face à campanha de 2022. Os dados foram divulgados durante o Balanço da Campanha da Maçã 2023, que decorreu no auditório da Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P, e contou também com a colaboração da Associação de Fruticultores de Armamar e da Beyra Douro Fruits.
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Na base da quebra são identificados fatores como a seca e as alterações climáticas. “A primavera foi mais quente que o normal e menos chuvosa, na floração registaram-se temperaturas acima de 30 graus em abril”, apresentou a APMA, que detalhou ainda mais variáveis que interferiram na produção. “No início de agosto as temperaturas superiores a 40 graus alteraram o comportamento fisiológico dos frutos, atrasando o crescimento e acelerando os processos da evolução da maturação e de colheita”.
No total, foram produzidas, na campanha relativa ao ano passado, 49,5 toneladas de maçãs pelos 22 membros associados da APMA. A Gala foi a variedade de Maçã de Alcobaça IGP mais produzida, sendo responsável por 66,8% da produção total, uma percentagem que se traduz em 33,1 toneladas. Segue-se a Fuji como a segunda variedade mais produzida, representando 16,7% (8,3 toneladas). Com 6,6% (3,3 toneladas) e 4,5% (2,2 toneladas) da produção total surgem, respetivamente, a Reineta e a Golden como 3.ª e 4.ª variedades mais produzidas. Em menor escala foi resgistada ainda a produção de variedades como Granny Smith (2,7%), Jonagored (1,8%), Starking (0,3%), Golden Precoce (0,2%) e Casa Nova Alcobaça (0,2%).
De todas as variedades produzidas, a Gala foi a que se verificou uma menor quebra na produção relativamente à campanha de 2022. “O acréscimo de pomares ‘jovens’ e de novas plantações atenuaram, em parte, a quebra da Gala”, justifica a responsável da APMA. Além do que já foi mencionado, Susana Costa explica também que “a somar às alterações climáticas está a seca, com reservatórios sem capacidade para regar culturas e captações subterrâneas secas, que têm vindo a preocupar os produtores”.
Embora seja ainda cedo para fazer previsões, para a campanha de 2024, dadas as temperaturas elevadas que se têm registado, Susana Costa espera que “a floração seja mais cedo que o normal”, pelo que, “a colheita também deverá ser mais cedo”.