OMIRI mostrou em Alcobaça o resultado do seu mais recente projeto, inspirado nas artes, nos ofícios tradicionais, nas gentes e nas tradições locais, que reinventa a música de raiz portuguesa e propõe um novo olhar sobre a mesma.
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“Ribatejo e Estremadura vol. II: Abrantes e Alcobaça” foi apresentado no Cine-teatro João D’Oliva Monteiro, na passada sexta-feira, num espetáculo que deu a conhecer a composição e a improvisação musical de Vasco Ribeiro Casais com base no som, na imagem e em recolhas transformadas e manipuladas em tempo real que têm como protagonistas cantores, tocadores, contadores de estórias, as artes e os ofícios tradicionais dos dois territórios.
A sapateira Liliana Faria, a D. São das máquinas de costura, o Sr. José, que toca concertina e trabalha no mercado, são algumas das personalidades que estão em destaque neste projeto realizado em co-produção com a Artemrede, que mostra também João Lourenço a tocar concertina e Francisco Tomé a cantar e a tocar com ferrinhos, na Ataíja de Cima, ou ainda Maria Barbosa e Titus Iruda a trabalhar o junco, em Coz. Durante o trabalho de campo que realizou na região, Vasco Ribeiro Casais recolheu ainda testemunhos dos músicos dos ranchos da Benedita e do Acipreste e de trabalhadores da fábrica de cerâmica Soucicer, na Ataíja de Cima.
O resultado é uma pequena amostra da riqueza cultural do concelho, que, além de ter sido divulgada no palco, foi também compilada em livro, igualmente divulgado na ocasião.
Segundo o artista, o processo começou “com a pesquisa e a recolha de sons e imagens” e, posteriormente, houve um “demorado trabalho criativo de composição sobre essas imagens”.
“OMIRI surgiu através da ideia de fazer uma coisa simples em que gravava ao vivo vários instrumentos em sobreposição de camadas sonoras e assim fazia música”, refere o fundador do projeto que deu os primeiros passos há 20 anos.
Atualmente, OMIRI propõe uma viagem pelas tradições e ofícios do País, através de uma experiência audiovisual que sincroniza as formas e as músicas da tradição rural com a linguagem da cultura urbana. Nos próximos meses, o projeto segue numa digressão nacional e pela Europa.