Possivelmente faz parte do grupo de portugueses que já assistiu ao vídeo que assinalou a despedida dos relvados do agora ex-futebolista Pepe, divulgado no passado dia 8 de agosto. O que poderá não saber é que o registo, que foi publicado pelo ex-internacional português nas redes sociais, foi realizado pelo celense Vasco Eusébio, numa produção gerida com muita minuciosidade e, sobretudo, sigilo.
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“Apesar de já existirem alguns rumores sobre o término da carreira, a informação não era oficial e até saíram notícias que avançavam com outros desfechos. Nesse sentido, tudo foi feito com enorme cuidado”, começa por explicar o realizador do vídeo ao REGIÃO DE CISTER, desvendando alguns factos curiosos sobre o ambiente que envolveu parte da produção. “Foi engraçado porque começámos a trabalhar sem saber quem era o nosso cliente, o que nos obrigou a fazer uma preparação muito mais genérica. Apenas dois dias antes das filmagens é que soubemos que iríamos trabalhar para um dos jogadores mais conceituados da história do futebol português”, conta Vasco Eusébio.
Conhecido o cliente para o qual iria trabalhar, o celense realizou alguns ajustes, nomeadamente, na parte que diz respeito à intervenção da família do jogador.
Em termos técnicos, foi desenhado um cenário com todas as taças conquistadas pelo antigo defesa-central. “Tínhamos 36 projetores móveis no teto, que têm a capacidade para fazer muitos efeitos diferentes. Cada uma das taças estava iluminada com um desses equipamentos”, descreve. “A ideia inicial do vídeo era que uma taça se transformasse em 36. Foi o que fizemos com o troféu do Campeonato da Europa de 2016, vencido pela seleção portuguesa, que foi uma das conquistas mais valorizadas pelo Pepe”, partilha o jovem de 31 anos.
O grande desafio esteve em introduzir dinamismo no documentário com cerca de 30 minutos, pela carga sentimental e emotiva, mas, depois das gravações, foi necessário realizar ainda outros ajustes. “Estávamos a planear ter uma entrevista de 15 minutos. Era esse o tempo que tínhamos idealizado para conseguir criar uma peça dinâmica. No entanto, a entrevista alongou-se e tivemos de improvisar em algumas coisas”, relata Vasco Eusébio. O sigilo e o cuidado na execução dos processos também foram barreiras que influenciaram o processo, principalmente, na pós-produção. “Tivemos acesso a um banco de imagens muito restrito para não expôr a situação. Foi feita uma gestão delicada, o que nos impediu de pedir mais material para não correr o risco de haver uma fuga de informação”, refere o celense, que elogi0u a postura “amável” do futebolista durante os três dias de gravações.
Vasco Eusébio é realizador, videógrafo e trabalha com uma das maiores produtoras portuguesas – a Krypton – tendo já participado em trabalhos com expressão na área da publicidade para empresas como a FNAC ou a Vodafone. Como freelancer, tem percorrido vários países de diferentes continentes, realizando e filmando diferentes projetos.