A sessão servia para apresentar o livro sobre o centenário do Grupo Desportivo “Os Nazarenos”, mas, até por vontade do autor, tornou-se quase numa verdadeira tertúlia sobre o clube. No auditório da Biblioteca Municipal da Nazaré praticamente lotada, muitos foram os antigos jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos que partilharam episódios marcantes na vida do clube, o que levou alguns dos presentes a desafiar o ex-jornalista Joaquim Paulo a avançar com um segundo volume da obra “100 anos de histórias a preto e branco”.
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Embora fundado a 3 de setembro de 1924, o emblema alvinegro já existia desde janeiro desse ano e essa foi uma das várias curiosidades abordadas no livro lançado pelo ex-diretor do REGIÃO DE CISTER, que explica, além do mais, que o emblema tem uma águia e não uma gaivota porque boa parte dos fundadores eram… benfiquistas. “Este livro é resultado de um trabalho de dois anos, mas reflete uma paixão de uma vida”, resumiu o nazareno, antigo jogador “fraquinho” dos alvinegros e ex-treinador nas camadas jovens, que identificou uma centena de episódios marcantes do clube fundado numa taberna, que esteve às portas da 1.ª Divisão nacional em 1980/81 e que ajudou a formar quase duas dezenas de jogadores que chegaram ao escalão principal. “Foi um trabalho de fôlego, pois há poucas fontes e a informação está muito dispersa, mas falei com muitas pessoas para reconstituir a história do nosso clube”, explicou o autor. António Maranhão foi um desses casos. O antigo jogador e treinador fez questão de agradecer “aos pioneiros” que criaram e mantiveram o clube ao longo destes cem anos, considerando que o Nazarenos é um “clube especial”, ideia partilhada por Nuno Soares, presidente do emblema alvinegro em ano de centenário, que valorizou o apoio dos patrocinadores para a concretização do livro e o “intenso trabalho” de Joaquim Paulo.
“Tive a honra de representar este clube, embora fosse um jogador fraquinho, e aos 18 anos fui chamado para presidente do Conselho Fiscal, sem saber o que era uma conta”, gracejou o presidente da Câmara no discurso de abertura da sessão, sublinhando que na Nazaré “toda a gente gosta” do Nazarenos e “de uma forma ou de outra já esteve ligado” ao clube. Manuel António Sequeira destacou o papel “social” que o emblema “teve e continua a ter” na afirmação do concelho, desejando que prolongue a atividade por “pelo menos, mais cem anos”.
A sessão de encerramento da apresentação do livro, que se encontra à venda na sede do clube, ficou a cargo do presidente da Associação de Futebol de Leiria, que recordou o facto de o Nazarenos ser “um dos clubes fundadores” daquela entidade. “Os nazarenos têm um sentimento por este clube que torna este clube diferente dos outros, mantendo a atividade e a capacidade de afirmar a Nazaré e o orgulho pela terra nas mais diferentes circunstâncias. Continuem este trabalho árduo”, afirmou Manuel Nunes, um dos convidados para o jantar do centenário, que tem lugar no próximo sábado, na AR Planalto. Os bilhetes ainda podem ser adquiridos.