Domingo, Novembro 24, 2024
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Conheça o novo tubarão da SIC em entrevista exclusiva

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O novo tubarão da segunda edição do programa Shark Tank, transmitido na SIC a partir do próximo dia 24, fundou a primeira empresa aos 20 anos e hoje é administrador da maior empresa dos concelhos de Alcobaça e Nazaré, gerindo 16 empresas em Portugal e no estrangeiro. Marco Galinha em discurso direto.

 

O novo tubarão da segunda edição do programa Shark Tank, transmitido na SIC a partir do próximo dia 24, fundou a primeira empresa aos 20 anos e hoje é administrador da maior empresa dos concelhos de Alcobaça e Nazaré, gerindo 16 empresas em Portugal e no estrangeiro. Marco Galinha em discurso direto.

REGIÃO DE CISTER (RC) > É um dos novos tubarões do Shark Tank. O que o levou a aceitar o convite? 
Marco Galinha (MG) > O convite foi feito no sentido de transmitir o que faço todos os dias. É muito importante não nos refugiarmos dentro das empresas e tentarmos “contaminar”, num sentido positivo, os nossos jovens. Acredito que tudo é possível, basta sonharmos e a obra nasce. Junto isto à necessidade de conhecer novos projetos e novas pessoas para que desenvolvam os seus negócios.  

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RC > O programa já foi gravado. O que pode adiantar sobre os investimentos que fez? 
MG > Investi na alimentação, sobretudo na alimentação saudável, na área de software e hardware, no vestuário – um artigo que tem uma patente na Europa fora de série – e até em produtos de beleza, que é uma área que desconheço completamente. Mas a pessoa era tão interessante que me levou também a acreditar. Investi em nove projetos. 

RC > Quais foram os requisitos necessários para “atrair” o tubarão Marco Galinha?
MG > Penso que não há nenhum requisito especial. É, acima de tudo, sentirmos que as pessoas têm um projeto honesto, pessoas que já viveram dificuldades e algumas até já fracassaram. Considero que o insucesso faz parte do grande sucesso. Não acredito que é um percurso perfeito que nos leva a investir.  

RC > Que ambiente é que ali se vive?
MG > Foi muito intenso. Fizemos tudo em duas semanas e meia, das 8 da manhã às 8 da noite. Podem não acreditar mas aquilo até dá sono. Penso que adormeci uma vez, já no fim do programa. O ambiente não é muito saudável, muitas vezes é de cortar à faca porque nos enervamos. Cinco pessoas a fazer negócios dentro de uma sala origina uma probabilidade muito grande de algo correr mal. Aquilo não é nada programado, tomamos a decisão na hora. Às vezes há a ideia de que aquilo é programado. 

RC > Apaixonado pela tecnologia, deixou um curso a meio de Engenharia de Informática e Computadores, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Considera que a experiência é mais importante que a formação?    
MG > A competência devia prevalecer perante a qualificação, ainda que a qualificação seja extremamente importante. O meu pai dizia-me muitas vezes que não tinha dinheiro para repetentes. Estudei na Escola Frei António Brandão, sou formado com um curso tecnológico de informática, no Externato Cooperativo da Benedita, e depois fui para o Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Quando entrei havia uma grande pressão, porque era a passagem de 1999 para 2000, e os alunos de engenharia informática recebiam quase o equivalente a 400/500 contos líquidos, o que era um ordenado muito apetitoso para andar a estudar. E foi isso que me levou a estudar menos e a trabalhar mais. Depois também me desiludi com a complexidade de em Portugal termos de ser todos engenheiros ou doutores e depois encostam-se todos à sombra da bananeira. Sempre fui um tipo muito rebelde, nunca gostei muito de andar dentro do rebanho. Esforcei-me para ser muito competente e não valorizei a qualificação da mesma forma. Até porque há muita probabilidade de os tipos que têm média de 18 e 19 valores serem uns totós. Eu próprio estive em informática e era um grande totó, só depois quando entrei para o Técnico é que comecei a viver mais. Essas pessoas só servem para a investigação, não servem para ser bons profissionais. 

RC > Ainda assim, complementou a sua formação na Harvard Business School, em educação executiva de marketing… 
MG > Isso foi para ter contacto com os melhores do mundo. A Harvard Business School tem os melhores professores do mundo. 

RC > Ser rebelde explica o facto de ter criado a primeira empresa aos 20 anos? 
MG > É possível. Criei a Soluções Bel Rede numa daquelas ideias de ter uma empresa e fazer qualquer coisa. Já desenvolvíamos alguns softwares e trabalhávamos muito com a Toshiba. Dois anos depois criei mais três empresas e a partir daí houve vários acontecimentos que levaram ao que é hoje o grupo Bel [Tabaqueira Bel SA, Bel Business Network, DLP Portugal SA, Futurete e Mistério da Terra SA]. Mas também tenho a consciência que se perdem muitos projetos pelo caminho. 

RC > Vivem-se bons tempos para investir?
MG > Hoje em dia é quase impossível os empresários fazerem alguma coisa. Ser empresário em Portugal é quase a mesma coisa que ser campeão olímpico, porque vivemos numa sociedade em que os empresários são tão mal compreendidos e interpretados, que a maioria acaba por desistir. Hoje é quase impossível ter sucesso nos projetos. As barreiras são tantas e tão difíceis que é quase tudo impossível. Vejamos o que se passa na nossa autoridade fiscal: na Europa não há nenhum Ministério das Finanças que tenha o nome autoridade. Devia-se trabalhar em equipa com as empresas. Itália tinha um sistema como o nosso em 2008/2009, revolucionou-se e começou a recolher três vezes mais impostos. Temos de analisar o cerne das questões e procurar a origem dos problemas, porque há muitos que vivem nos problemas e não os veem. Defendo que as organizações perfeitas são as horizontais. Tive o prazer de conhecer uma pessoa que já esteve no ranking internacional da Forbes dez anos como o homem mais rico do mundo e foi das pessoas mais humildes que conheci. Hoje em dia vemos empresários que não sabem o que andam a fazer e depois têm um carro topo de gama e têm de ter uma piscina em casa. É nesse paradigma que percebemos que os empresários também cometem erros. Mas, na grande maioria, são todos uns grandes vencedores e pessoas sacrificadas, que se dedicam à sociedade e que, por vezes, se preocupam mais com os funcionários do que com a vida pessoal.

 

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