O Ministério de Educação (ME) vai voltar a reduzir o número de turmas de início de ciclo financiadas nas escolas com contrato de associação. De acordo com o documento de vagas a concurso para o ano 2017/18, divulgado esta terça-feira na página da Direção-Geral da Administração Escolar, os externatos do concelho de Alcobaça e Nazaré vão perder financiamento para seis novas turmas do 10.º ano, três no Externato Cooperativo da Benedita (ECB) e três no Externato D. Fuas Roupinho (EDFR).
O Ministério de Educação (ME) vai voltar a reduzir o número de turmas de início de ciclo financiadas nas escolas com contrato de associação. De acordo com o documento de vagas a concurso para o ano 2017/18, divulgado esta terça-feira na página da Direção-Geral da Administração Escolar, os externatos do concelho de Alcobaça e Nazaré vão perder financiamento para seis novas turmas do 10.º ano, três no Externato Cooperativo da Benedita (ECB) e três no Externato D. Fuas Roupinho (EDFR).
No ano letivo de 2016/17, o ME financiou 16 turmas com contratos de associação nos concelhos de Alcobaça e Nazaré, sendo oito do 7.º ano (apenas no ECB) e oito do 10.º ano (cinco no ECB e três no EDFR). Para o próximo ano escolar, a tutela compromete-se a financiar um máximo de oito novas turmas do 7.º ano e duas do início do secundário no ECB, tendo o EDFR perdido o financiamento a novos ciclos.
Os números deste ano não apanharam de surpresa Manuel Sequeira, vereador da Educação da Câmara da Nazaré. “Já era expectável partindo do pressuposto que a Escola Amadeu Gaudêncio vai contar com ensino secundário no próximo ano letivo”, recorda. No EDFR, cujas instalações são ao lado da escola-sede do Agrupamento de Escolas da Nazaré, vão funcionar no ano letivo 2017/18 apenas as turmas de continuidade, ou seja, o 9.º, 11.º e o 12.º anos, o que coloca o Externato em maiores dificuldades já a partir do ano letivo 2019/20. Para o antigo professor do Externato, “o fim” da escola fundada pelo casal Fernando e Maria Manuela Soares “já começou há uns anos, a partir do momento em que não conseguiu abrir turmas no 5.º ano e que tem 10 alunos agora a terminar o 6.º ano”. Até à data ainda não foi possível obter uma reação da Direção do EDFR.
Já na Benedita o tom dos protestos agrava-se. “Não matem o ensino na Benedita” lê-se na faixa colocada na rotunda junto ao centro da vila, um dia depois de o aviso de abertura do concurso para o financiamento dos contratos de associação ter sido divulgado.
Paulo Inácio, presidente da Câmara de Alcobaça, já manifestou, junto do Ministério, “a revolta decorrente da divulgação da lista provisória que prevê o corte de financiamento de três turmas do Externato Cooperativo da Benedita”. O social-democrata assegura “ficar atento e reivindicativo”, estando “completamente solidário com o Externato Cooperativo da Benedita”. “Defenderei os superiores interesses do município até às últimas instâncias. Custe o que custar”, frisa Paulo Inácio.
Contactado pelo REGIÃO DE CISTER, Nuno Rosa, diretor pedagógico do ECB, mostrou-se “espantado e preocupado” com estes cortes anunciados, tendo em conta que no ano passado o assunto já tinha motivado a discussão pública. A Direção do Instituto Nossa Senhora da Encarnação vai reunir amanhã no intuito de tomar uma posição pública e tomar as diligências necessárias para “não pôr em causa a redução de turmas no ensino secundário”.
Também a Associação de Pais e Encarregados de Educação da Benedita (Apeeb) manifestou junto de todos os pais e encarregados de educação “que está solidária e à disposição da Direção do Externato Cooperativo da Benedita, de forma isenta e imparcial, para efetuar todas as diligências que se mostrem necessárias e/ou convenientes junto da Tutela”. “Dada a relevância que esta instituição tem na nossa comunidade aos mais diversos níveis, é para nós imperativo trabalhar em conjunto para defendermos os interesses dos nossos filhos e educandos”, salienta a Apeeb.