Uma equipa de investigação da Universidade do Porto (UP), liderada pelo arqueólogo Ricardo Silva, inventariou, no início do mês, 31 fornos da cal na União de Freguesias de Pataias e Martingança.
Uma equipa de investigação da Universidade do Porto (UP), liderada pelo arqueólogo Ricardo Silva, inventariou, no início do mês, 31 fornos da cal na União de Freguesias de Pataias e Martingança. Este “extenso e detalhado” trabalho de investigação “abre muitas portas” e pode, mesmo, vir a dar origem a um museu.
Ricardo Silva, investigador do grupo “Memória, Património e Construção de Identidades” do Centro de Investigação Transdisciplinar “Cultura, Espaço e Memória” da UP, está “satisfeito” com o trabalho realizado no norte do concelho de Alcobaça porque permitiu “estudar aprofundadamente um aglomerado de fornos de cal único no País”. Devido à quantidade, à proximidade e ao facto de todos os fornos se localizarem na mesma freguesia, as infraestruturas de Pataias “têm um grande potencial”, defende o investigador. “Muitos dos fornos estão em boas condições, mas outros estão quase em ruínas e com muito difícil acesso”, adianta o arqueólogo, que dá conta do enorme potencial dos fornos de cal de Pataias.
A União de Freguesias de Pataias e Martingança mostrou disponibilidade e “abertura” para trabalhar com a equipa de investigação no sentido de preservar o património. Valter Ribeiro confirma a possibilidade de se criar um espaço museológico. No entanto, o presidente da União de Freguesias de Pataias e Martingança não adianta muitos pormenores, garantindo trabalho em prol do património.
“Temos uma base de trabalho muito grande e é preciso amadurecer algumas ideias, mas temos de aproveitar ao máximo o património e dar a conhecer o passado às gerações vindouras”, afirma Valter Ribeiro em declarações ao REGIÃO DE CISTER. O último forno em atividade, na região, deixou de laborar em junho de 1995.