Depois de um 3.º período longe dos colegas e dos professores, a frequentar um ensino através dos ecrãs (da televisão ou do computador), eis que chegou o momento mais esperado para os alunos: o final do ano letivo.
Depois de um 3.º período longe dos colegas e dos professores, a frequentar um ensino através dos ecrãs (da televisão ou do computador), eis que chegou o momento mais esperado para os alunos: o final do ano letivo. No entanto, a pandemia também “roubou” as tradicionais festas de encerramento escolar. Ainda assim, as escolas e as famílias não quiseram deixar a data passar em branco e criaram alternativas originais para “trocar as voltas” à pandemia.
Os professores Susana Vitorino e Filipe Furtado da Escola Básica de Casais Garridos, em Porto de Mós, decidiram ir “à pesca” dos alunos finalistas.Munidos com uma cana de pesca, para garantir o distanciamento social imposto pela Covid-19, os docentes foram a casa dos quatro alunos do 4.º ano para entregar um diploma e uma cartola. O momento simbólico foi captado em vídeo, posteriormente partilhado na rede social do Agrupamento de Porto de Mós e que já reúne mais de 83 mil visualizações.
“Fomos à pesca de finalista e encontrámos os melhores. Alunos únicos, de enorme generosidade, amizade e companheirismo, que trabalharam muito para merecer este momento”, revela Filipe Furtado. “O vírus tirou-lhes a festa final, mas desta forma vão poder lembrar-se sempre desta despedida, que é a rampa de lançamento para novos desafios”, acrescenta o professor de Apoio Educativo. A iniciativa comoveu alunos e famílias, assim como os internautas que têm enviado mensagens a elogiar a “dedicação ímpar dos professores”.
Também a EB1 da Vestiaria deu asas à imaginação e tem agendada para amanhã um “Festa de Finalistas Drive”, onde cada família deve assistir no interior da sua viatura à entrega de diplomas, atuações dos alunos e fogo-de-artifício. O evento vai decorrer no parque de estacionamento da Associação dos Casais da Vestiaria.
Para Laura Henriques ser finalista era um dos momentos mais aguardados do seu percurso académico. “Sempre desejei comemorar o fim do ensino secundário com os meus amigos no baile de finalistas. Vestidos a preceito e a dançar pela noite fora”, confessa a sãomartinhense. No entanto, os planos saíram furados e perante a tristeza da adolescente, a família decidiu assinalar a data de forma simbólica.
“Os meus pais compraram um bolo e ofereceram-me uma cartola de finalista. Tive de fazer um discurso, improvisado, mas muito divertido e cheio de emoção. Nada correu como esperado durante este ano letivo, mas pelo menos estamos com aqueles que amamos e com saúde”, desabafa. Com os amigos, a data foi assinalada com uma (longa) conversa através das plataformas digitais, que incluiu uma playlist com algumas das músicas favoritas do grupo.
“Na verdade ainda temos os exames pela frente, por isso não podemos comemorar como se já tivéssemos vencido a batalha. Um passo de cada vez”, graceja.
Ainda assim, há quem prefira guardar as celebrações para uma época em que os convívios sejam permitidos, sem qualquer restrição.
“Concluir a minha licenciatura foi um importante passo a nível pessoal e para toda a minha família. Tinha agendado um jantar com todos, mas a pandemia veio trocar a voltas a toda a gente e haverá tempo para celebrar tudo. Quem sabe a licenciatura e o fim da pandemia em simultâneo”, brinca Raquel Lopes, aluna finalista da licenciatura em Marketing Turístico pelo Instituto Politécnico de Peniche.