Não sabemos se quem passou por Alcobaça no passado dia 13 não passará sem voltar, mas sabemos que quem participou na RunSet vai guardar essa lembrança que não passa, “porque não pode passar”. O evento, que este ano bateu o recorde de 1.881 atletas – crianças, adultos e seniores, corredores iniciantes, profissionais e caminhantes –, tem como premissa a atividade física, mas é bem mais do que isso. É desporto, pois claro, mas é também associativismo, amizade, divertimento e identidade.
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O casal Horácio Alexandre e Rosa Pinto, que participou no evento pelo segundo ano consecutivo, deixou rasgados elogios à iniciativa: “É o movimento, é o desporto, é o convívio, é o sentirmo-nos ativos”, confidenciou o atleta enquanto ultimava os pormenores para a corrida, destacando também o “ambiente”.
“Passamos aqui por monumentos e edifícios emblemáticos da cidade de Alcobaça e gostamos sempre de fazer esta prova”, acrescentou. A preparação, como revelou, “não foi feita de forma específica”, sendo que a única coisa que estava “garantida” era uma “estafa”. Assim terá sido para o casal, que havia traçado a “meta” de “viver o ambiente e desfrutar da passagem”, assim como “dos colegas e amigos”. “Podíamos até ir para a discoteca, mas esta discoteca é muito melhor”, brincava Horácio Alexandre, de “50+”.
A ideia foi corroborada por Ana Castelhano, atleta do CRP Ribafria que se preparava para voltar a repetir a presença na prova depois de uma estreia “fantástica”. “Gostei muito do ambiente, tem uns sprints espetaculares e o ambiente é top”, sublinhou. A atleta tefe é participante regular em diversas provas pelo País e considerou o RunSet um “trail urbano diferente”. “A subida ao castelo, o abastecimento, os brindes, o convívio, tudo isso é uma motivação extra para os atletas voltarem”, disse, revelando ter incentivado algumas pessoas a participarem no RunSet. “O ambiente é mesmo top”, assegurou.
Mas se desporto – através da caminhada sénior, que decorreu na passada sexta-feira, da kids race, da caminhada e da corrida, já no sábado – não faltou, a verdade é que também as associações vibraram com o evento. Foi precisamente essa a ideia transmitida ao REGIÃO DE CISTER.
“Passaram pela nossa ‘tasquinha’ milhares de pessoas e o saldo é francamente positivo”, assegurou o presidente da Direção do Centro Social de Évora, um dos vários clubes desportivos que são já “fiéis companheiros” na organização do evento. “Além de querermos manter o clube associado a iniciativas deste gabarito, é também para nós importante pois ajuda a obter receita para suportar as despesas durante o ano desportivo”, notou Vítor Carneiro, deixando uma palavra de agradecimento a todos quantos “ajudaram a proporcionar mais um excelente dia de desporto e associativismo em Alcobaça”.
O RunSet é organizado pela Associação MakeMove, em parceria com o Município de Alcobaça, que se fez representar, entre outros elementos, pelo vereador com o pelouro do Desporto. João Santos, que foi um dos participantes da caminhada, admitiu ao REGIÃO DE CISTER que o evento é já uma marca identitária da cidade. “Tem sido um evento fantástico. Tem crescido ano após ano e a qualidade que tem exibido é notória”, afirmou o autarca, adiantando que o objetivo “é manter sempre a qualidade”. O que, destacou, tem sido conseguido. “As pessoas estão felizes. O evento não é só a caminhada, encontrei várias pessoas que não conheciam o Armazém das Artes, o Museu das Máquinas Falantes… e é um pouco isso. Aproveitar o desporto para conseguir mostrar o que Alcobaça tem de bom”, assegurou o autarca.
Sobre o evento, que contou com o apoio de 138 voluntários a quem a organização deixou um profundo agradecimento, o vereador do Desporto perspetivou que o RunSet possa ter recebido, apenas no sábado, perto de 5 mil pessoas, um número que retrata na perfeição o alcance que o RunSet tem obtido.
Já Carlos Gonçalo, um dos impulsionadores da ideia de organizar um RunSet, foi perentório: “A RunSet não é só uma festa, não é só uma corrida, nunca foi. A RunSet – Alcobaça é uma identidade e uma forma de estar na vida”. Restam dúvidas de que é mesmo?