O canário Norwich, de classe melânico nevado, valeu ao alcobacense Manuel Maria uma medalha de ouro no 64.º Concurso Mundial de Ornitologia (estudo científico das aves), em Matosinhos, que decorreu no final do mês passado.
O canário Norwich, de classe melânico nevado, valeu ao alcobacense Manuel Maria uma medalha de ouro no 64.º Concurso Mundial de Ornitologia (estudo científico das aves), em Matosinhos, que decorreu no final do mês passado.
O pássaro deu nas vistas entre 22 mil, oriundos de 22 países, pertencentes a 2.800 concorrentes.
Os juízes internacionais avaliaram o pássaro, elogiando-lhe a fisionomia perfeita: o bico curto e cónico, a cabeça redonda e à largura do corpo, como se pede nesta classe, e a plumagem invulgar, conforme descreve o vencedor.
A vitória mundial é o resultado do casamento do “melhor casalinho“ de pássaros que Manuel Maria guarda no anexo, onde 60 casais chilreiam animados para gerar o melhor exemplar da espécie.
Foi à terceira vez que o criador de canários conseguiu arrecadar o 1.º prémio neste concurso, tendo já participado por duas vezes em mostras internacionais realizadas em Portugal. “Este canário é um campeão inestimável”, responde prontamente, quando questionado pelo valor comercial da ave.
Por estes dias, o criador seleciona o melhor macho e a melhor fêmea, “uma vez que a época de acasalamento acontece de fevereiro a julho”. Também não pode faltar uma boa nutrição “com boa alpista, uma papa de qualidade, vitaminas e corante para os que precisam”, explica o cuidador, que tem levado o nome de Portugal além fronteiras, com os pássaros como mensageiros. Mas nem tudo são rosas. Por duas vezes viu os melhores exemplares serem roubados das gaiolas, tendo o último assalto ocorrido há cinco anos, ficando “sem os vinte melhores canários” que tinha.
Uma paixão já antiga, mas que os seus olhos ainda refletem com a mesma intensidade. Afinal, são 45 anos de dedicação que voaram no tempo.