Cineasta, realizador, designer gráfico e projetista… Quantas profissões cabem num só homem? João Botelho já foi todas elas.
Cineasta, realizador, designer gráfico e projetista… Quantas profissões cabem num só homem? João Botelho já foi todas elas. “Há que fazer o que se gosta e eu sinto necessidade de fazer cinema”, declarou o cineasta, que marcou presença na Semana Cultural do Externato Cooperativo da Benedita (ECB), na quarta-feira da semana passada, para falar da proclamada “sétima arte”.
No entanto, o realizador de películas como “Os Maias”, atestou que “o cinema não é uma arte”, esclarecendo que “se rouba sempre das outras artes, por isso [o cinema] não tem a grandeza da pintura ou da música, por exemplo”. Daí que considere que a “aprendizagem pela leitura é fundamental”, ideia que reforça ao longo da conversa com os alunos do ECB. “No cinema o que é verdade é o texto e não o resto, sendo que tudo é construído por ele”.
João Botelho admite que “nunca pensou” fazer dos filmes vida, tendo começado “por vício, como há o tabaco, a bebida ou as drogas”… e a dependência deste vulto do cinema era consumir, por vezes, seis filmes por dia. Hoje, é com pena que constata que “há uma terrível capacidade de abstração”, sendo que o “cinema espetáculo ganhou ao cinema pensamento”.
A Semana Cultural do ECB decorreu durante cinco dias, convidando alunos, professores e comunidade a usufruir das diversas atividades e visitar a XVI Feira do Livro.
Aquando da inauguração da iniciativa, o diretor do ECB, Nuno Rosa, sublinhou o “dinamismo e atividade” da escola, enquanto o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, considerou que esta iniciativa cultural “mais do que justifica o apoio financeiro e logístico por parte da autarquia”, recordando também a “enorme importância do livro na educação e no bem-estar” das pessoas.
Já a vereadora da Cultura da Câmara de Alcobaça, Inês Silva, elogiou o evento como “o mais importante marco cultural da região” organizado por uma escola, devendo “servir como caso exemplar”.