Terça-feira, Abril 29, 2025
Terça-feira, Abril 29, 2025

Produtores de fruta redobram regras de higiene e segurança em pandemia

Data:

Partilhar artigo:

O início do mês de agosto marca o arranque da campanha da maçã e da pera. Mas, este ano, em plena pandemia da Covid-19, os produtores veêm-se obrigados a redobrar as regras de higiene e segurança para a apanha da fruta. A região do Oeste já começou a ser “inundada” por milhares de trabalhadores sazonais e mais vão continuar a chegar nos próximos meses.

O início do mês de agosto marca o arranque da campanha da maçã e da pera. Mas, este ano, em plena pandemia da Covid-19, os produtores veêm-se obrigados a redobrar as regras de higiene e segurança para a apanha da fruta. A região do Oeste já começou a ser “inundada” por milhares de trabalhadores sazonais e mais vão continuar a chegar nos próximos meses.

Carlos Malhó, proprietário de 20 hectares na zona da Cela e quatro em Évora de Alcobaça, vai iniciar a campanha de apanha da fruta entre 15 e 20 de agosto, com recurso a trabalhadores estrangeiros. “Há vários anos que subcontrato uma empresa em Alpiarça para proceder à apanha da fruta e este ano não vai ser diferente. A maioria dos trabalhadores são de origem indiana”, afirma ao REGIÃO DE CISTER. O produtor assegurará os encargos dos equipamentos de proteção individual, assegurando ainda a medição de temperatura dos trabalhadores, que passarão um período de 15 dias em casa antes de iniciarem a campanha.

Região de Cister - Assine já!

“Os nossos trabalhadores residem em casas alugadas por nós e acredito ser mais seguro ter trabalhadores de fora, uma vez que durante o período de campanha não se deslocam a lugares que são potenciais focos de contágio, excepto aqueles como supermercados, que são naturalmente obrigatórios”, revela o também presidente da Associação de Regantes da Cela.

Também Luís Ferreira diz estar preparado para a campanha de apanha da fruta. “O recrutamento, feito através de empresas especializadas, permanece idêntico a anos anteriores”, nota o produtor, para quem a pandemia da Covid-19 obriga “apenas” a regras redobradas de higiene e segurança. “Vamos garantir que todos os dias é realizada a medição de temperatura a cada trabalhador, vamos fornecer máscaras e álcool gel e vamos organizar os grupos de trabalho para que os trabalhadores estejam o mais separados possíveis”, sublinha o empresário, acrescentando que está a ser solicitado aos trabalhadores que se desloquem nas viaturas pessoais até aos pomares.

“Não estamos a sentir mais dificuldades do que em anos anteriores, uma vez que temos vários certificados que garantem a qualidade e segurança da fruta, que é depois colocada no mercado”, afirma o produtor que tem cerca de 55 hectares de maçã e pera entre Cela, Alfeizerão, Coto e Alvorninha e que prevê iniciar a campanha de apanha da fruta no próximo dia 17.

“Contamos com cerca de 50 trabalhadores e vamos tentar que os grupos de trabalho sejam sempre os mesmos durante toda a campanha”, reitera o produtor, para quem, apesar da pandemia, a campanha deste ano “deverá decorrer dentro da normalidade possível”.

Já Ana Paula Gama refere que as “novas medidas de segurança e higiene exigidas pelas autoridades de saúde são já cumpridas há vários anos”. A produtora nota que cada trabalhador recebe uma mala térmica com a sua garrafa de água, mas que essa medida já é cumprida “há vários anos, pois as empresas produtoras já recebiam formações específicas ainda antes do surgimento da pandemia”.

A celense, que tem 24 hectares de pera e maçã, entre Cela e Maiorga, acredita que a campanha vai decorrer dentro da normalidade. “Anualmente o recrutamento é realizado por nós e contratamos também uma empresa de trabalho temporário”, conta, acrescentando que “o número de pessoas à procura de trabalho manteve-se nos números habituais”.

A empresária sublinha ainda que “a medição de temperatura e a entrega de máscaras e álcool gel vão ser asseguradas”. Para a proprietária de vários pomares, os testes à Covid-19 não serão uma solução definitiva, dado que “o período para apanha da fruta é reduzido e não seria eficaz realizar testes todos os dias”.

“Após saírem dos pomares as pessoas fazem a sua vida normal e dificilmente teremos a certeza de que não estão infetadas”, reitera Ana Paula Gama, afirmando que os grupos de trabalho, à semelhança de anos anteriores, são “formados sempre pelas mesmas pessoas”, e que apenas vão distanciar um pouco mais os 20 trabalhadores entre as filas. “Trabalhar ao ar livre é mais seguro do que muitos locais de trabalho em que os empregados estão confinados a um espaço fechado”, remata ainda a produtora.

Os produtores de fruta da região Oeste já receberam orientações da Direção-Geral de Saúde, através de um manual de procedimentos, para a campanha de apanha da fruta num ano “diferente”, mas mostram-se otimistas com a realização das campanhas, salvaguardando que os trabalhadores tenham todas as condições de segurança nos pomares.

AD Footer

Artigos Relacionados

Triatleta João Pedro Silva candidata-se à Direção da Comissão de Atletas Olímpicos

O beneditense João Pedro Silva é um dos 14 candidatos à Direção da Comissão de Atletas Olímpicos (CAO)...

Jovem constituído arguido por furtos em residências na freguesia de Alfeizerão

Um homem, de 27 anos, foi constituído arguido, no passado dia 17, pelo Núcleo de Investigação Criminal (NIC)...

Aluna de São Martinho do Porto entre as melhores do País nas Olímpiadas da Biologia

Kaixin Cheng, aluna do ensino secundário do Agrupamento de Escolas de São Martinho do Porto, foi a única...

Bombeiros da Benedita investem 120 mil euros no reforço da corporação

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Benedita (AHBVB) investiu recentemente cerca de 120 mil euros em novos...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!