A pandemia trouxe o melhor e o pior para a António Rosa. Em maio, o fundador da empresa faleceu aos 87 anos. Em dezembro, constata-se um aumento de 30% no volume de vendas em relação ao ano anterior, fruto de uma procura crescente pela louça utilitária e decorativa da empresa sediada na Maiorga, motivada pelo confinamento e consequente preocupação pela decoração da casa.
Este conteúdo é apenas para assinantes
A pandemia trouxe o melhor e o pior para a António Rosa. Em maio, o fundador da empresa faleceu aos 87 anos. Em dezembro, constata-se um aumento de 30% no volume de vendas em relação ao ano anterior, fruto de uma procura crescente pela louça utilitária e decorativa da empresa sediada na Maiorga, motivada pelo confinamento e consequente preocupação pela decoração da casa.
“Houve muita procura pela cerâmica neste último ano, o que motivou o aumento de produção, de vendas e de colaboradores”, confirma Cláudia Domingues, uma dos quatro netos do fundador, três dos quais gerem a empresa desde dezembro de 2018. A engenheira cerâmica informa ainda que só no primeiro trimestre deste ano já foram ultrapassados os resultados do período homólogo.
A empresa exporta 99% da produção para todo o mundo, mas com maior volume para Alemanha e Inglaterra. “No ano passado, o aumento de vendas teve a ver com encomendas de novos clientes também angariados nas feiras Ambiente em Frankfurt e Maison e Object em Paris, mas também dos nossos clientes de há anos”, acrescenta.
Com mais de 300 coleções, a empresa fundada em 1988 por António Rosa conta ainda com duas marcas próprias. “Se já trabalhávamos com marcas próprias de renome internacional, por que não criar a nossa própria marca?”, contextualiza Cláudia Domingues para falar da ByFly. “A marca traz-nos notoriedade e prémios, mas não é dela que vivemos”, explica uma das sócias da empresa. No setor decorativo, com a marca Konsensual, a António Rosa mantém uma evolução constante apresentando as cores e formas que as tendências de momento exigem. “A apresentação de novas coleções todos os anos permite que os nossos clientes tenham sempre novos produtos com design actualizado”, nota.
Com 80 trabalhadores ao serviço, o principal desafio da empresa tem sido a falta de mão de obra especializada.”Não conseguimos cumprir prazos de encomendas sem pessoas”, constata Cláudia Domingues. Já em período de pandemia, foi necessário recrutar mais colaboradores para dar resposta às encomendas.
A pandemia motivou ainda a criação da marca Ti Alice, nome pela qual a mulher de António Rosa era conhecida. “Se o nosso avô já tinha a empresa, a nossa avó poderia ter a lojinha”, conta a neta. Com a queda do turismo devido ao confinamento, várias peças ficaram em stock, podendo ser escoadas através de encomendas online.
Para os próximos anos, a António Rosa prevê avançar com obras de ampliação da fábrica, uma vez que desde o início da atividade da empresa o número de trabalhadores já duplicou e o espaço disponível é “cada vez menos” para “tanto trabalho”. No ano passado, a empresa faturou cerca de 2,1 milhões de euros.