Avós (da Universidade Sénior da Nazaré) e netos equiparam-se a rigor e subiram para cima da prancha na manhã do dia 14 de julho para uma aula de stand-up-paddle (SUP) no mar da praia da Nazaré, que mais parecia uma lagoa. A iniciativa foi promovida pelo Clube de Desportos Alternativos da Nazaré (CDAN), dando inicío à 9.ª edição do Nazaré Surf Family, iniciativa que vai decorrer até ao final do verão.
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“Era uma coisa que já gostava de fazer há muito tempo, mas nunca se tinha proporcionado”, admite Laura Lopes, reconhecendo que o mais difícil foi mesmo “vestir o fato”. Aos 68 anos, a nazarena estreou-se no mar em cima de uma prancha, com a ajuda do remo e dos monitores do CDAN. “Em vez de andarmos no médico, tomarmos comprimidos e fazer fisioterapias, devíamos era fazer isto todas as semanas”, acrescenta a aluna.
“Entre estar fechada em casa, ir para à esplanada ou estar aqui, esta é a minha primeira opção”, partilha Maria Pedro, que mesmo sem saber nadar se aventurou no SUP. “Na primeira vez que experimentei fazer surf, também no âmbito desta iniciativa do CDAN e da Universidade Sénior da Nazaré, estava cheia de medo. Julgo que o braço do monitor ficou negro com tanta força que fiz, mas agora já estou mais relaxada e tranquila”, contou a alcobacense, que faz questão de participar em todas as iniciativas que a universidade sénior lhe proporciona.
Joaquim Piló foi um dos alunos que se mostrou mais à vontade em cima da prancha. “A minha mulher vai logo dizer ‘para ires as compras a pé não vais porque dói-te o joelho, mas para andares nessas vidas, estás sempre pronto’”, confidencia o nazareno, entre risos. O pequeno Tiago, de 9 anos, também acompanhou o avô. Foi a terceira vez que foi para cima de uma prancha no mar. “É muito fixe”, adiantou o menino, que estava mais preocupado em apanhar ondas do que em falar com o REGIÃO DE CISTER.
Esta não foi a primeira vez que o CDAN e a Universidade Sénior da Nazaré se juntaram para proporcionar estes momentos entre avós e netos, que já tiveram oportunidade de fazer várias atividades aquáticas, como vela e remo. “Gostamos muito de fazer este intercâmbio de gerações”, adianta Carina Rodrigues, da equipa técnica da Universidade. “Quem não consegue trazer os netos, ‘arranja’ netos emprestados, e acabam todos por se divertir muito neste dia”, constata.
Para o presidente do CDAN, o mais importante destas atividades é “permitir a prática de modalidades, que regra geral, as pessoas não tem tanta facilidade em fazer”. Esta foi a primeira iniciativa da 9.ª edição do Nazaré Surf Family, que vai ter mais atividades gratuitas para todos os interessados, mediante inscrições na biblioteca de praia.
“O facto de os mais velhos fazerem atividades aquáticas parece um bicho de sete cabeças e temos de desmitificar a ideia que deviam estar em casa a tomar conta dos netos, com um andarilho”, adianta o presidente do CDAN, que no final da aula foi questionado por um dos avós como podia começar a ter aulas de surf.