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Sete anos depois de ter tomado posse pela primeira vez, o presidente da Direção do Grupo Desportivo da Martingança (GDM) diz-se cansado e não apresentou uma lista, nem o fará sem elementos “para trabalharem”. Beto Fonseca lamenta a falta de empenho de vários dos diretores que o acompanham e lembra o caminho que trilhou praticamente sozinho, sobretudo durante os dois anos de pandemia. “Fui ficando para não fechar”, conta Beto Fonseca, que agora é perentório: “Estamos em risco de encerrar porque não é possível continuar com dois ou três a trabalhar”.
“Custa-me ver isto fechado”, confessa o presidente da Direção, que se sente sem alternativa. “Tenho 38 anos e entrei aqui com 30. Preciso de tempo para a minha filha e a minha família”, desabafa Beto Fonseca, que gostava de ver nos órgãos sociais “pessoas que gostam da terra”.
O desinteresse é generalizado, concorda o presidente da Assembleia Geral, Gonçalo Morins. “Tivemos sessões da Assembleia com seis pessoas, nem a maioria dos órgãos sociais compareceu”, relata. Tal como Beto Fonseca, também ele está disponível para uma Direção, desde que surjam outros martingancenses disponíveis para ajudar a gerir os destinos da casa.
Para o alheamento dos sócios e simpatizantes do GDM contribuiu o encerramento do bar, ainda no tempo da Direção anterior à de Beto Fonseca. “As pessoas que vão ao pavilhão ver os jogos, já não vão à sede”, constata o presidente da Direção, que aguarda a resolução de aspetos legais para poder entregar o bar à exploração privada.
O clube, que vive um bom momento desportivo, no futsal e na patinagem, encontra-se em situação financeira estável. Organiza, anualmente, o torneiro inter-empresas, que significa uma receita de oito mil euros. Tem arrendados, durante seis meses, alguns espaços a uma agência de viagens. O telhado foi trocado o ano passado e as instalações foram pintadas. Há, no entanto, uma despesa que o GDM tem muita dificuldade em garantir. O autocarro oferecido ao clube, com capacidade para 27 pessoas, só pode ser conduzido por um motorista credenciado para transporte de passageiros e o veículo tem encargos de seguro na ordem dos 2 mil euros por ano. “Foi aprovado em reunião da Assembleia negociar a venda da carrinha ao Sótão”, anuncia Gonçalo Morins.
Os mandatos no GDM são de um ano, uma situação que os dois dirigentes gostavam de ver alterada. “Nem isso conseguimos porque os sócios não aparecem”, lamenta o presidente do órgão deliberativo, que espera que os sócios adiram à sessão extraordinária de eleições marcada para as 20:30 horas do próximo dia 8 de maio.