O presidente da Junta de Freguesia de Valado dos Frades, Rui Pirralho, iniciou, esta sexta-feira, uma greve de fome, devido à falta de sustentabilidade dos cuidados de saúde primários na Unidade de Saúde Familiar da vila.
O presidente da Junta de Freguesia de Valado dos Frades, Rui Pirralho, iniciou, esta sexta-feira, uma greve de fome, devido à falta de sustentabilidade dos cuidados de saúde primários na Unidade de Saúde Familiar (USF) da vila.
Foi junto à porta do Centro de Saúde que Rui Pirralho se instalou, com colchão para pernoitar e água para se aguentar “por tempo indeterminado”. Esta é uma ideia que já está a amadurecer “há quinze dias” e, apesar de se considerar “ponderado nas atitudes”, reconhece que “a greve de fome tem um tanto de radical”.
Em causa está o facto de a USF da vila se encontrar reduzida a apenas uma médica de família, tendo em conta que o médico João Matos foi transferido no início do mês para a USF de Santa Maria da Benedita. “É uma situação angustiante para as pessoas, que na maioria são idosas e apresentam maleitas próprias da idade, e agora ainda lhe somam esta preocupação”, explicou o presidente da Junta de Freguesia.
“Os devidos contactos têm sido feitos, mas não há previsão de solução, visto que tanto pode demorar um mês como seis”, conta Rui Pirralho, acerca da última reunião com a diretora executiva do Agrupamento dos Centro de Saúde Oeste Norte, Ana Pisco.
Rui Pirralho defende que os cuidados de saúde dos utentes valadenses, agora distribuídos entre os recursos disponíveis na USF Nazareth, têm de ser prestados nas instalações da mesma, “devido à elevada idade dos utentes, às dificuldades económicas e de transporte”. O autarca propôs “a deslocação do médico até Valado dos Frades” mas, até à data sem sucesso.
“Se estivermos confinados apenas às vias ‘normais’ de comunicação, não é suficiente, há que seguir outras vias alternativas”, explica Rui Pirralho, acrescentando que “é logo ao início que as decisões devem ser contestadas, e não passado algum tempo”.
No final do dia desta sexta-feira, o presidente da Junta de Freguesia esperou pelo anoitecer para se instalar à porta da USF, tendo sido a sua última refeição o lanche dessa tarde, pois “se tivesse jantado e chegado de barriga cheia, não parecia coerente”, justifica.
Pelo local foram passando alguns populares. Alguns deles, surpresos, cumprimentavam e brincavam com a peculiar instalação. Já outros, que estavam a par da situação, e vindos de uma assembleia que tinha acabado de decorrer na Junta de Freguesia, criticaram o presidente pela falta de presença para responder às inúmeras questões que tinham sido feitas acerca dos cuidados médicos.