Maria Benita Ribeiro, que celebrou no passado dia 15 o 90.º aniversário, é a aluna mais experiente das aulas da Universidade Sénior de Alcobaça (Usalcoa). A instituição não quis deixar passar a data em claro e preparou uma festa surpresa para esta eterna estudante, cuja idade avançada em nada interfere com a sua rotina. De resto, segundo os colegas de turma, é mesmo “a aluna mais participativa e dedicada em todas as atividades propostas pelos professores”.
Maria Benita Ribeiro, que celebrou no passado dia 15 o 90.º aniversário, é a aluna mais experiente das aulas da Universidade Sénior de Alcobaça (Usalcoa). A instituição não quis deixar passar a data em claro e preparou uma festa surpresa para esta eterna estudante, cuja idade avançada em nada interfere com a sua rotina. De resto, segundo os colegas de turma, é mesmo “a aluna mais participativa e dedicada em todas as atividades propostas pelos professores”.
Benita, como prefere ser chamada, nasceu em Lisboa e conheceu o marido com apenas 19 anos enquanto trabalhava como tesoureira numa empresa na capital. A nonagenária recorda com saudade a casa em Angola, onde viveu durante 21 anos depois de deixar Portugal para ir ao encontro do, agora falecido, marido. “Nem dois anos ficou lá sem mim, pediu-me em casamento e casámos por procuração antes de ir para junto dele em África. Quando lá cheguei, voltámos a casar, desta vez numa cerimónia religiosa, numa pequena igreja”, recorda.
Em julho de 1974, Benita Ribeiro abandonou Angola para sua segurança e dos três filhos menores. Regressada a Portugal, vendeu enciclopédias luso-americanas de porta em porta até começar a dar aulas na Marinha Grande. Anos mais tarde, a eterna estudante criou uma “escola” privada onde lecionou práticas administrativas, datilografia, contabilidade e foi professora na EB 2/3 D. Pedro I, em Alcobaça. ”Nunca fui pessoa de me encostar”, confessa a professora, que atualmente se encontra exclusivamente no papel de aluna.
Uma das primeiras alunas a frequentar a Universidade Sénior de Alcobaça, Benita é uma apaixonada por História e já frequentou disciplinas como História da Literatura, Inglês, Teatro, Sociologia e ainda faz parte do grupo “Amigos das Letras”. “Vou fazendo o possível para não embrutecer, lendo, trabalhando no computador, no iPad… Justamente para manter a cabeça como deve ser. Claro que não é uma memória fantástica, mas ainda tenho, graças a Deus. A coluna está miserável, necessito de um colete estabilizador durante todo o dia, mas não desanimo! Sempre a andar para a frente”, revelou.
Mais que um passatempo, para a sénior, a universidade representa um local de convívio entre colegas que considera amigos, “uns de há muito tempo e outros cuja relação começou na Usalcoa mas é igualmente importante”.
Embora ainda tenha planos de participar em vários projetos e atividades, Benita afirma que “pelo sim, pelo não, a inscrição no lar já está feita”. De forma a ajudar a tornar possível a realização dos planos a longo prazo da colega, os restantes companheiros de turma ofereceram um “elixir da juventude”, pois afirmam que a Usalcoa não seria a mesma sem Benita.