Era uma questão de tempo (porque a consonância já existia) até os alcobacenses José Gil e Daniel Bernardes se juntarem para criar um projeto artístico. “Consonância” é precisamente o nome da produção a quatro mãos, que junta “dois executantes dos seus saberes num jogo improvável entre um piano e o teatro Dom Roberto”. A estreia está marcada para este sábado no Cine-teatro João d’Oliva Monteiro, às 21:30 horas, integrado na 22.ª edição do festival Marionetas na Cidade.
Era uma questão de tempo (porque a consonância já existia) até os alcobacenses José Gil e Daniel Bernardes se juntarem para criar um projeto artístico. “Consonância” é precisamente o nome da produção a quatro mãos, que junta “dois executantes dos seus saberes num jogo improvável entre um piano e o teatro Dom Roberto”. A estreia está marcada para este sábado no Cine-teatro João d’Oliva Monteiro, às 21:30 horas, integrado na 22.ª edição do festival Marionetas na Cidade.
“Será um espetáculo fora da caixa. As pessoas estão habituadas a ver o Dom Roberto na rua e um piano num palco e nós vamos desconstruir isso tudo. No fundo, esta pode ser a sinopse do espetáculo, Dom Roberto vai chatear o piano e vice-versa”, adianta José Gil ao REGIÃO DE CISTER. O projeto tem em comum o “domínio do improviso e a consonância pelo movimento livre na musicalidade e na teatralidade”, enfatiza o marionetista da companhia S.A.Marionetas.
No ano em que o teatro tradicional itinerante de marionetas português – Dom Roberto – está prestes a entrar para a lista de Património Imaterial de Portugal, o executante deste teatro com origem no século XVIII junta-se ao pianista Daniel Bernardes “para uma aventura de sons, movimentos e emoções criando uma realidade por vezes abstrata num paralelo teatral tradicional com sons de modernidade”. “Há um guião, mas o Gil em cada récita vai improvisando e interagindo com o público. E a leitura da reação do público acaba por ser integrada na forma de contar a história. A interação com o público também acontece com a improvisação musical, na medida em que um solo de jazz tem como finalidade última levantar a sala, ou seja, as duas formas de arte partilham essa natureza de diálogo e criação do momento para comunicar com o público”, sublinha Daniel Bernardes.
“Agarrámos no improviso e explorámo-lo. É um mix que se junta e que se separa no palco: nem sempre o Daniel está a tocar e eu estou a fazer Robertos ao mesmo tempo”, explica José Gil. “A ideia será continuar o projeto pelo mundo fora e arredores. É um espetáculo inédito e um contributo para a entrada na lista de Património imaterial de Portugal do teatro Dom Roberto”, nota o diretor da S.A.Marionetas. “A improvisação é a base comum entre estas duas artes”, acrescenta o pianista. Não se trata de um espetáculo musicado, nem de uma banda sonora do espetáculo, “são dois mundos que se juntam e separam”, mas em Consonância.