Foi a enterrar esta quarta-feira, com 91 anos, Armando Ferreira Baltazar, o último regedor da Benedita. Figura grada na vila, destacou-se profissionalmente como alfaiate, profissão em que trabalhou até há alguns anos, mas fez muitas outras coisas na vida. Era, de resto, o último sócio-fundador do Externato Cooperativo da Benedita ainda vivo.
Foi a enterrar esta quarta-feira, com 91 anos, Armando Ferreira Baltazar, o último regedor da Benedita. Figura grada na vila, destacou-se profissionalmente como alfaiate, profissão em que trabalhou até há alguns anos, mas fez muitas outras coisas na vida. Era, de resto, o último sócio-fundador do Externato Cooperativo da Benedita ainda vivo.
O alfaiate ajudou, ainda, a fundar o Beneditense, a associação de Bombeiros Voluntários da Benedita e o Clube de Caça, sendo um membro muito ativo da sociedade local. Esta atividade cívica levou-o a ser nomeado regedor durante duas décadas e cabo de ordem durante o Estado Novo.
Em 2015, numa entrevista ao REGIÃO DE CISTER, o alfaiate que foi também correspondente do Diário Popular na Benedita recordou o exercício daquele cargo. “Ser regedor era uma função que me apaixonava, pois trabalhava para a terra. Era uma autoridade local, tinha muita responsabilidade. O mais difícil foi dar a notícia aos familiares das mortes de militares da Benedita no Ultramar. Era uma missão penosa”, reconheceu Armando Baltazar, que nesse ano tinha oferecido à paróquia da Benedita uma coleção de fotografias que tirou na inauguração da igreja, em 1955, ficando os instantâneos a preto e branco à disposição do público.
Naquela ocasião, Armando Baltazar entregou mais de uma centena de imagens, que assim ficam à disposição das novas gerações de beneditenses que pretendam conhecer melhor um dos momentos mais marcantes da história da vila. Mas no importante espólio deste fotógrafo amador constam, ainda, inúmeras imagens, entre as quais algumas chapas da visita da rainha Isabel II a Alcobaça, em 1957.
A casa deste conhecido beneditense, situada na avenida da igreja, é, aliás, um verdadeiro museu, dado que além de jornais, revistas, máquinas fotográficas, rádios, instrumentos, também ali se encontram máquinas de costura da empresa de Armando Baltazar, que chegou a empregar 14 pessoas.