Segunda-feira, Maio 5, 2025
Segunda-feira, Maio 5, 2025

Quanto custa ser atleta?

Data:

Partilhar artigo:

Os irmãos David, de 7 anos, e Tomás Frazão, de 16 anos, partilham o sonho de serem ciclistas profissionais. Mas os elevados custos associados à prática da modalidade obrigam o irmão mais novo a “reutilizar” a bicicleta com que o mano se estreou a competir. E, mesmo assim, no orçamento desta família, a “fatura” associada ao ciclismo pode bem chegar aos milhares de euros, dado que a modalidade é bem capaz de ser a campeã da lista dos desportos mais caros na região.

Os irmãos David, de 7 anos, e Tomás Frazão, de 16 anos, partilham o sonho de serem ciclistas profissionais. Mas os elevados custos associados à prática da modalidade obrigam o irmão mais novo a “reutilizar” a bicicleta com que o mano se estreou a competir. E, mesmo assim, no orçamento desta família, a “fatura” associada ao ciclismo pode bem chegar aos milhares de euros, dado que a modalidade é bem capaz de ser a campeã da lista dos desportos mais caros na região.

O REGIÃO DE CISTER realizou, junto de clubes, associações e familiares de atletas, um levantamento das despesas associadas à prática das modalidades mais representativas na região. Os números variam entre os vários clubes, mas também dependem das escolhas que cada atleta (ou na maior parte dos casos a família) pretenda fazer. Seja como for, é possível traçar um “ranking” dos desportos que vão mais aos bolsos das famílias. Comecemos pelo vencedor.

Região de Cister - Assine Já!

“Comprar uma bicicleta pode custar até 8 mil euros e por isso temos de saber reutilizar os equipamentos”, refere ao REGIÃO DE CISTER o pai dos jovens ciclistas que representam os beneditenses do RÓÓDINHAS Santos/Silva pelos trilhos de Btt. “Aproveito sempre o Natal para oferecer as bicicletas ou os equipamentos que eles querem”, confessa Mário Frazão, acrescentando que diversas vezes recorre a material em segunda mão. “São acessórios com apenas um ou dois anos e que conseguimos adquirir por quase metade do preço”, justifica. O esforço financeiro destes pais é “recompensado” com o trabalho e a dedicação dos filhos na escola. “Tento sempre mostrar que valorizo o investimento dos meus pais com trabalho e dedicação na escola”, relata o irmão mais velho, que já é um campeão regional e que vai cumprir a primeira época como júnior.

E se o ciclismo é o desporto que exige mais folga financeira, a patinagem artística também sobe ao pódio desta lista. “Se forem patins de iniciação podem custar até 300 euros, mas para um nível mais elevado de competição podem chegar a valores muito superiores”, conta Vera Silva, mãe da pequena patinadora Sara Isabel. 

“Inicialmente comprei-lhe uns patins mais baratos mas numa fase da ainda curta carreira da Sara decidi comprar-lhe uns patins que custaram 1.000 euros. Mas há muitos pais que pedem o material emprestado, pois não têm possibilidades financeiras para comprar”, revela a também responsável pela secção de patinagem artística do CRP Ribafria. E justifica-se um investimento tão avultado quando se trata de formação? “Enquanto a Sara tiver um sorriso na cara vale tudo”, responde Vera Silva, citando as palavras da filha e que também ouve diversas vezes no pavilhão dos tefes: “Parece que estou a voar quando estou em cima dos patins”.

É precisamente em cima de patins que se pratica outra das modalidades mais dispendiosas da região. Falamos do hóquei. Ter um(a) filho(a) com um stique na mão e uns patins nos pés pode atingir os 1.000 euros anuais, mediante algumas variáveis como o nível de competição e a posição que ocupa na quadra. Caso seja um atleta de iniciação (até aos 11 anos) é possível adquirir uns patins por 50 euros. Contudo, o preço varia entre 300 e 400 euros se a criança ou jovem entrar em competição. O restante equipamento – caneleiras, joelheiras, stique – custa, em média, mais de 150 euros. A estes valores acrescem mensalidades, inscrições, equipamentos e deslocações do clube. Isto porque há clubes que não têm transporte privado para levarem os atletas aos jogos e torneios e quem paga essas “faturas” são… os familiares. 

Mas há ainda mais varíaveis. Que o diga Vítor Santos, pai do guarda-redes Gabriel Santos, que representa a Alcobacense no escalão de sub-13. “Entre caneleiras, peitilho, coquilha, luvas, joelheiras, cotoveleiras, patins e stique gasto valores superiores a 1.000 euros”, nota o progenitor, alertando para a falta de apoios à modalidade e nas deslocações aos jogos, dado que as equipas da região disputam o campeo­nato regional da AP Lisboa, por não existir número suficiente de equipas no distrito, o que pode obrigar a deslocações superiores a 200 quilómetros duas vezes por mês. “Os pais são os principais patrocinadores do hóquei de formação”, destaca Vítor Santos.

Na natação, a conversa não é muito diferente. O pai de Joana Alves, nadadora do Benedita Sport Club de Natação, desabafa que para equipar a filha precisa de muito mais do que uma touca e um fato de competição. “Por época necessito de comprar diversos fatos de prova e de treino, óculos, toalhas, material próprio para treino”, enumera Miguel Alves, calculando uma média de 800 euros de despesas, caso todas as peças sejam adquiridas novas. “Após estas despesas para a prática desportiva, gastamos ainda em combustível para levar os filhos aos treinos todos os dias, e por vezes, em sessões bi-diárias”, ressalva.

Mais acessíveis, financeiramente falando, são os desportos como futebol, futsal ou andebol. Nestas modalidades, o custo anual inclui mensalidades e inscrições, assim como chuteiras ou sapatilhas e caneleiras. O preço aumenta caso os encarregados de educação tenham de adquirir equipamentos de jogo. Feitas as contas, ser ciclista ou futebolista não é, com certeza, bem a mesma coisa.

 

AD Footer

Artigos Relacionados

Homem detido por tentativa de homicídio em Pataias

Um homem, de 30 anos, foi detido pela Polícia Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Leiria,...

Seu Jorge dá concerto em Alcobaça em agosto

Seu Jorge está de regresso a Portugal e tem passagem marcada por Alcobaça no próximo dia 9 de...

Futsal: CRP Ribafria conquista Divisão de Honra

O CRP Ribafria celebrou a inédita conquista da Divisão de Honra depois de ter beneficiado da derrota do...

Bombeiros de Alcobaça investem 600 mil euros em quatros viaturas

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcobaça investiu cerca de 600 mil euros na aquisição de quatro...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!