O nazareno Marco Moreira, designer de moda, criou um gorro integral para proteção do Covid-19 (descartável, para usar uma vez), ofereceu o molde e lançou o apelo à comunidade. A resposta não tardou: já dezenas de pessoas e algumas empresas se juntaram ao também arquiteto para confecionar equipamento para profissionais de saúde.
O nazareno Marco Moreira, designer de moda, criou um gorro integral para proteção do Covid-19 (descartável, para usar uma vez), ofereceu o molde e lançou o apelo à comunidade. A resposta não tardou: já dezenas de pessoas e algumas empresas se juntaram ao também arquiteto para confecionar equipamento para profissionais de saúde.
“Já se trabalha também na Nazaré. O João Anastácio contactou-me há dias, disponibilizando-se para ajudar nesta causa. Eu sugeri que criasse ele também um movimento na Nazaré e que contactasse as instituições hospitalares dali: a Confraria da Nossa Senhora da Nazaré e o centro de saúde. E imediatamente pôs mãos à obra”, conta Marco Moreira na sua página de Facebook.
Foi, aliás, o designer nazareno, residente em Odivelas, que fez o desafio a todo o País, num movimento que chegou à Argentina, onde o molde também está a ser produzido. Os gorros são feitos em TNT de 70 gramas, um tecido de uma espécie de feltro.
“A Direção-Geral de Saúde veio avisar que as coisas devem ser certificadas pelo Instituto Ricardo Jorge, ok, mas eu quero já avançar com isto porque me parece preferível do que as pessoas usarem sacos de plástico para tentarem proteger-se, como fazem em Itália”, justificou Marco Moreira, em declarações à revista Visão. O pedido de aprovação já foi feito, mas ainda não chegou resposta por parte do Instituto.
Com ou sem luz verde, certo é que já há muitos voluntários da causa em vários pontos do País. Nazaré, Arruda dos Vinhos, Ermesinde, Braga ou Maia são exemplos de locais de origem dos interessados em fazer aqueles gorros, como se percebe pelas respostas ao apelo feito na rede social.
Também há quem se tenha juntado à causa para confecionar máscaras simples, de um molde do mesmo designer, como é o caso de algumas pessoas na Nazaré e em Pataias, que partilharam essas experiências no Facebook. “Contactem empresas que vendam TNT com mínimo de 70 gramas ou outro material que possa ser sugerido pelo serviço hospitalar mais perto de cada um. A ideia é que cada pequena produção consiga fazer face às necessidades de cada zona de residência”, pede o designer.
A confeção do material de proteção deve ser feita com cuidado, alerta Marco Moreira, que sublinha a necessidade de “garantir sempre as condições de segurança e higienização” face a uma doença que “pode estar em qualquer um de nós”. O profissional garante que tomou “todas as precauções necessárias”, por estar em isolamento desde o passado dia 13 de março, e manuseia o material com luvas e num local sempre higienizado com álcool ou lixívia.
Têm-se sucedido os exemplos do envolvimento da sociedade civil na procura de respostas para os que estão na linha da frente na área hospitalar, mas também pré-hospitalar: esta tarde de domingo, em Pataias, o grupo de Carnaval “Minólicos” ofereceu fatos de macaco à corporação local de bombeiros para proteção dos operacionais. “Esperando nós que não venham a ser precisos”, refere Andreia Magalhães, voluntária no quartel de Pataias, numa nota de agradecimento ao grupo.