O número de pedidos para adoção de animais de companhia disparou durante o Estado de Emergência implementado pela pandemia da Covid-19. Mas, com receio da impulsividade ditada pelo recolhimento obrigatório, a entrega de animais abandonados foi suspensa temporariamente pelo Grupo de Amigos dos Peludinhos de Alcobaça (Gapa).
O número de pedidos para adoção de animais de companhia disparou durante o Estado de Emergência implementado pela pandemia da Covid-19. Mas, com receio da impulsividade ditada pelo recolhimento obrigatório, a entrega de animais abandonados foi suspensa temporariamente pelo Grupo de Amigos dos Peludinhos de Alcobaça (Gapa).
“Nunca tivemos um número tão grande, em tão curto espaço de tempo, de pedidos de adoção de animais. Foi registado um aumento muito significativo de contactos desde que foi decretado o Estado de Emergência”, revela Elisabete Rodrigues, presidente da Direção do Gapa. Embora os voluntários não tenham cessado atividade durante o confinamento, foi tomada a decisão de interromper temporariamente novos processos de adoção com vista a salvaguardar o bem-estar dos animais. “Verificámos que muitos dos pedidos tinham motivações erradas. As pessoas procuravam os animais para ter uma razão para estar na via pública, porque tinham mais tempo livre ou porque queriam entreter as crianças”, nota.
Consciente que este aumento de adoções poderia, a longo prazo, refletir-se num aumento de abandono, Elisabete Rodrigues só autorizou a retoma das adoções após o fim do Estado de Emergência. “Os animais não são objetos que podemos usar quando estamos aborrecidos e devolver quando retomamos a rotina. Creio que com esta medida evitámos um mal maior e agora podemos retomar as adoções conscientes e ponderadas”, assevera.
Embora no Centro de Recolha Oficial de Animais de Alcobaça não tenha sido registado uma crescente procura, a médica veterinária municipal revela ter estado atenta a esta problemática e “aplaude” a decisão da direção da Gapa. “Não queremos adoções que resultem de iniciativas momentâneas. Adotar um animal requer toda uma preparação e um compromisso. O período de confinamento não era o momento ideal para tomar decisões definitivas como adotar”, sublinha Cristina António.