Partiram como “underdog” da final da Taça de França, mas mostraram que prognósticos não vencem jogos. A equipa do CS Noisy, com o alcobacense Luís Mateus entre os postes, bateu o Saint Omer, por 6-5, e ergueu a “Coupe de France” este dia 20.
“Sabíamos que ia ser uma final muito complicada, contra a melhor equipa de França e com um orçamento que poucas equipas em Portugal têm. Trabalhamos para ser felizes e conseguimos sê-lo”, relata ao REGIÃO DE CISTER. Luís Mateus confidencia que a vitória foi ainda mais especial dado que “não eram favoritos e tinham jogado uma meia-final muito intensa”. O reforço do HC Turquel Tomás Moreira (ex-CS Noisy) também é um dos vencedores, dado que a prova é referente à época 2019/2020.
Nas decisões estiveram o alcobacense e os turquelenses Xavi Lourenço e Janeka (Saint Omer), num embate histórico, pois é a primeira vez que a equipa do CS Noisy conquista a prova, após derrotas em 2014 e 2018 com a La Vendéenne e Saint Omer, respetivamente.
Para chegar à final, o CS Noisy levou de vencido o Nantes (5-4 após prolongamento), enquanto o Saint Omer triunfou sobre a La Vendéenne (6-8) do beneditense Duarte Delgado num jogo verdadeiramente épico para Xavi Lourenço (ex-HC Turquel). O jogador apontou sete dos oito golos da equipa e estabeleceu um recorde individual de golos marcados num único jogo. Duarte Delgado ainda marcou pela La Vendéenne, mas a vitória nas meias-finais não escapou ao Saint Omer.
O foco vira-se agora para a época 2020/2021. O campeonato gaulês arranca já no próximo fim de semana e o CS Noisy joga com o Mérignac, enquanto o Saint Omer recebe o recém promovido Ergué Gabéric do turquelense Daniel Félix. Por seu turno, a La Vendéenne visita o Saint Brieuc.
Nas competições europeias, o Saint Omer e a La Vendéenne jogam a Liga Europeia enquanto o CS Noisy vai jogar a Taça WS Europe.
Alcobacense foi atrás do sonho…
Luís Mateus tinha uma vida estável em Alcobaça, mas o sonho de viver do hóquei em patins motivou a mudança para França há três anos. “Vim para França numa fase profissional em que estava muito bem, mas o objetivo de jogar as competições europeias e de atingir um patamar superior no hóquei falou mais alto”, afirma o guardião.
Em 2017, o keeper deixou a Alcobacense, clube do coração e pelo qual conquistou duas subidas à 2.ª Divisão nacional e o título de campeão da 3.ª Divisão na temporada 2011/12, mas o desejo de voltar permanece sempre no horizonte. Ainda assim, Luís Mateus revela que será difícil jogar em Portugal ao mesmo nível do que em França.
Com 32 anos, o alcobacense é operário fabril, mas assevera que “está melhor do que nunca”. Quem sabe para um possível regresso a Portugal.