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Escolas de Porto de Mós recebem alunos sem rede e internet

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Com o regresso do ensino à distância, regressa também o problema da falta de cobertura de rede nas freguesias mais rurais do concelho de Porto de Mós. 

Com o regresso do ensino à distância, regressa também o problema da falta de cobertura de rede nas freguesias mais rurais do concelho de Porto de Mós. Isto porque, apesar das promessas das operadoras, continua tudo na mesma. Para atenuar o problema, a autarquia ofereceu equipamentos de internet aos alunos mais desfavorecidos. No entanto, sem cobertura de rede, principalmente na região serrana, não há internet que salve os alunos. Assim, e para que ninguém fique excluído do ensino à distância, foram preparadas escolas de acolhimento para receber os alunos que não têm meios para aprender em casa.

“Estamos a trabalhar a forma mais igualitária possível”, garante ao REGIÃO DE CISTER a vereadora da Câmara de Porto de Mós. “O transporte estará garantido”, frisa Telma Cruz.    

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As freguesias mais afetadas continuam a ser São Bento, Serro Ventoso, Alqueidão da Serra e Arrimal e Mendiga, onde o acesso às comunicações é escasso e, em muitas zonas, inexistente. O problema arrasta-se há décadas, mas a tecnologia nunca foi tão essencial como nos dias de hoje.

Nuno Saragoça e Umbelina Lopes são professores do ensino secundário residentes em Alqueidão da Serra e estão a viver um grande desafio: o de dar aulas online. Com constantes falhas na internet, o desafio do casal é ainda maior uma vez que têm dois filhos, um no 4.º e outro no 7.º ano. “Temos tentado dividir os horários, de forma a não estarmos os quatro em simultâneo a utilizar a internet e a sobrecarregá-la”, adianta Nuno Saragoça.

A viver um problema idêntico a partir de Casais das Correias, na freguesia de São Bento, está Telma Correia. A pagar quase 80 euros por mês pelo serviço de telecomunicações, a professora do 1.º ciclo tem tido muitas dificuldades em dar aulas síncronas. “Deixo constantemente de ver os meus alunos e se estiver, por exemplo, a fazer uma sessão de leitura não consigo perceber se está a ler corretamente”, relata.

As queixas não param de chegar às autarquias, que apesar dos poucos recursos, tentam ajudar como podem. “Aqueles que se conseguem deslocar têm vindo para a Junta trabalhar”, adianta o presidente da Junta de São Bento, Tiago Rei, lamentando que apenas a sede da freguesia tenha algumas zonas com cobertura de rede. É por essa razão que Paulo Pereira, residente na localidade de Vale Florido, tem que sair de casa para fazer uma simples chamada. Também a internet em casa é fraca. “O meu filho anda no 8.º ano e mal consegue acompanhar as aulas, devido às constantes paragens no serviço”, reclama.

Nas freguesias de Serro Ventoso e Arrimal e Mendiga, a realidade não é muito diferente. Manuel Fernandes vive em Portela do Vale de Espinho (Serro Ventoso), mas nem ele, nem a mulher têm condições para trabalhar a partir de casa. O filho do casal tem que ir para casa da avó para conseguir frequentar as aulas online. “É uma aflição. Temos velocidade máxima de 1,5 megas de internet e pagamos um serviço muito caro”, avança. ”Ligamos praticamente todos os dias para a operadora que nada faz”, acrescenta ainda.

Recorde-se que o plano de investimentos da Altice na rede de fibra ótica e rede móvel, que resulta de um protocolo entre a operadora e o Município, prevê uma cobertura de fibra ótica superior a 90% em todo o território do concelho de Porto de Mós até final deste ano. Mas, até à data, a internet ainda não chega a todos.

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