Miguel Pinheiro é um dos nomes marcantes da história do Ginásio Clube de Alcobaça. No início desta época, o ex-futebolista regressou ao clube, que é como quem diz “a casa”, para assumir a função de coordenador da formação. Em entrevista ao REGIÃO DE CISTER, o alcobacense, de 39 anos, explica o que o levou a aceitar o desafio e quais os propósitos e objetivos do seu regresso ao Municipal.
REGIÃO DE CISTER (RC) > É um dos históricos do Ginásio. O que o motivou a voltar ao clube?
Miguel Pinheiro (MP) > Acaba por ser um regresso a casa. E sempre que voltamos a casa não precisamos de grande motivação. Depois de alguns anos afastado de funções no clube, volto como coordenador do futebol 9 e futebol 11 da formação. Acima de tudo, quero ajudar o clube com a minha experiência, com o meu conhecimento, para que a formação do Ginásio continue a crescer e a ter cada vez mais e melhores resultados.
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RC > Como recebeu o convite?
MP > Voltar ao Ginásio foi decisão fácil de tomar nesta fase da minha vida. O amor pelo clube e a história que aqui tenho, as pessoas que neste momento integram a Direção, a equipa de coordenação que temos… Tudo isso me faz pensar que foi o momento certo para regressar. O clube tem feito um trabalho excelente nos últimos anos em termos de certificação: somos uma escola de formação 4 estrelas. Na Associação de Futebol de Leiria há muito poucos clubes com este nível de certificação, o que nos diz que, apesar de haver um longo caminho a percorrer, estamos na direção certa. O presidente [Hélder Nunes] e o vice-presidente para a formação [Nuno Rainho] falaram comigo, mostraram-me as ideias que tinham para a formação e, como é claro, não podia deixar de estar presente.
RC > Quais são os objetivos?
MP > Quero acrescentar qualidade em tudo o que envolve a formação. Queremos que os atletas, desde os petizes aos juniores, tenham todos os recursos (materiais, técnicos, humanos…) para que posssam evoluir em todos os aspetos, não só enquanto jogadores de futebol, mas também enquanto pessoas. Queremos que se sintam bem no clube, que venham treinar felizes e motivados, cientes de que as pessoas que trabalham com eles fazem de tudo para que eles continuem o seu processo evolutivo de forma harmoniosa. Acima de tudo, queremos que quando acabarem o seu percurso no Ginásio, possam ser capazes de ir para outros clubes de outras ambições e enfrentar tudo o que a vida lhes possa trazer, guardando sempre com carinho o nome desta casa.
RC > O Ginásio é uma referência no panorama do futebol distrital. Ainda assim, falta ao clube ter uma das suas equipas a disputar os campeonatos nacionais?
MP > Nos últimos anos, o nome do Ginásio tem vindo a ganhar notoriedade enquanto escola de formação. Queremos, num futuro próximo, que este clube se torne a referência do distrito. Estamos a colocar cada vez mais jogadores nas seleções distritais, temos recebido cada vez mais o “scouting” de clubes grandes, por isso, urge continuar a trabalhar para estes atletas e para que o nome do clube ganhe ainda mais notabilidade. Estou convicto que se continuarmos a trabalhar bem, mudando o que tiver de ser mudado mas mantendo a ideia que temos para o clube, vamos conseguir colocar equipas da nossa formação nos nacionais.
RC > Considera que o futuro do Ginásio terá de passar, cada vez mais, pela formação?
MP > O Ginásio vale por um todo, que vai desde os petizes aos seniores. Queremos ter uma formação forte, com qualidade, para que também os seniores saiam beneficiados. Quando falamos em apostar na formação, queremos essencialmente que os recursos humanos técnicos, ou seja, os treinadores sejam dos mais competentes e qualificados que possa haver. Só assim os meninos e meninas da nossa formação podem desenvolver as suas competências ao máximo, almejando outros patamares e também poderem entrar e ajudar os seniores do Ginásio.
RC > O que poderá acrescentar, falamos de experiência, a este Ginásio?
MP > O que nos dá experiência é tudo o que vamos vivenciando. Felizmente, tive uma vida desportiva recheada de experiências, passei por vários clubes de dimensões diferentes, fui colega de muitos jogadores, desde o melhor do mundo [Cristiano Ronaldo] aos outros que, para mim, também eram os melhores e que podiam ter chegado a outros patamares. Privei com imensos diretores, treinadores e coordenadores e com todos eles aprendi. Tudo isso permite tentar fazer um bom trabalho na coordenação do Ginásio. Manter o que está bem feito e mudar o que pode ser melhorado. Somos uma equipa de coordenação que quer ajudar a organizar o clube, a pensar sempre como podemos potenciar os jogadores da nossa formação.
RC > Vir a ser treinador é uma possibilidade a curto ou médio prazo?
MP > Gosto muito do treino, de todas as vertentes que um treinador pode ter, mas não sei se num futuro próximo isso acontecerá. Para já, esta função de coordenação está a ser uma experiência positiva e gratificante. Penso que estamos a conseguir fazer o que nos foi pedido no início da época e vamos continuar a trabalhar para o Ginásio e para todos os meninos e meninas que gostam de jogar futebol.