Pretende recriar todo o processo da produção do vinho: da plantação da vinha, a vindima, a produção do vinho até a forma tradicional até à conceção moderna.
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É uma verdadeira aldeia à antiga. Conta com uma mercearia que retrata a forma como era realizado o comércio tradicional, uma escola primária, uma oficina de ferreiro. Além disso, tem também um coreto e um protótipo de uma igreja, tal e qual a localidade de Santa Catarina da Serra, vila do concelho de Leiria para a qual vai viajar a obra de arte em miniatura, da autoria do celense Jaime Roxo.
O trabalho começou a ser realizado em 2020 e, volvidos cinco anos, está quase pronto para ser exibido na Adega Joaquim d’Avó, que comemora uma década de vida e que vai promover uma exposição que deverá estar visitável ao público em março.
Antes daquela relíquia em miniatura – apesar dos quase 800 metros quadrados de toda a aldeia – ser transportado até Santa Catarina da Serra, o REGIÃO DE CISTER esteve na oficina do marceneiro de profissão, na qual o autor explicou como todo o processo de construção tem sido realizado.
Com a madeira, o plástico e a esferovite a serem os elementos mais utilizados pelo marceneiro, a obra de arte contempla várias áreas relacionadas com todo o processo de produção de vinho, desde a tanoaria (onde se faziam os barris), às talhas em barro (onde se guardava o vinho), passando pela prensa de vara de madeira (local onde o vinho era prensado) e sem esquecer a sequência de lagares mais modernos. Há ainda espaço para uma destilaria e para uma taberna.
Com a ajuda de amigos, entre os quais eletricistas, foi também colocado um motor que põe os “bonecos” e outros adereços em movimento.
“São horas e horas, dias e dias que passo aqui a trabalhar em toda esta obra”, confidenciou Jaime Roxo, notando que “tentou recriar tradições mais antigas”, nomeadamente a que está relacionada com a produção de vinho. Ao longo do tempo, foi procurando aconselhar-se junto de alguns conhecidos para ter a perceção de se estaria a recriar os espaços da forma mais idêntica possível.
Todo o projeto tem sido concebido de forma minuciosa, com recurso a materiais como madeira, esferovite, plástico, numa arte que requer uma subtileza ímpar para cada detalhe ser o mais autêntico possível.
Garantiu o artista que a aldeia em miniatura valerá milhares de euros, mas nada comparado ao valor sentimental e ao gosto que nutre pelo referido tipo de trabalhos, uma vez que Jaime Roxo tem já um forte historial neste tipo de arte em miniatura. Começou, aliás, no início do milénio, sendo o mentor e criador de um dos presépios animados do País, que exibiu em diferentes espaços por toda a região.
No futuro, o artista Jaime Roxo, natural da Cela Nova, confessou que gostava de explorar a potencialidade de todo o território do concelho de Alcobaça através da arte em miniatura, mas, por enquanto, o desejo ficará na gaveta.
Pelo menos até conseguir reunir as condições necessárias para lhe dar forma. Em miniatura, pois claro.