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Arquivo da Misericórdia de Alcobaça guarda história da instituição

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Há momentos em que a história nos toca e nos passa pela ponta dos dedos. Arrepiante. A palavra que melhor define o sentimento de percorrer mais de cinco séculos de vida da Santa Casa de Misericórdia de Alcobaça. O REGIÃO DE CISTER desceu ao arquivo de uma das instituições mais antigas do concelho e do País.

Há momentos em que a história nos toca e nos passa pela ponta dos dedos. Arrepiante. A palavra que melhor define o sentimento de percorrer mais de cinco séculos de vida da Santa Casa de Misericórdia de Alcobaça. O REGIÃO DE CISTER desceu ao arquivo de uma das instituições mais antigas do concelho e do País. Acompanhe-nos numa viagem por entre páginas e páginas de livros que testemunham a riqueza e o poder de uma Casa que nasceu para praticar a solidariedade. Hoje, está tudo em papel, no futuro os livros serão digitalizados e à distância de um clique.

“Sempre que se abrem as portas vive-se um sentimento de eternidade. Temos história e transmitimos história”, testemunhou o provedor da Misericórdia. João Carreira garante que o património literário da Santa Casa é dos mais ricos da região, porque a instituição aglutinou, no século XVIII, o arquivo de outras misericórdias, como de Alvorninha, Pederneira, Coz e Turquel.

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O cheiro das folhas, que pedem cuidados especiais sempre que são manuseadas, percorre todo o ambiente. Os olhos sorriem por ver tanta riqueza num espaço tão pequeno. Filomena Vitorino, funcionária da instituição, explica com paixão a disposição das obras. Do interior dos livros, brotam letras delicadamente desenhadas. Autênticas obras de arte!

Na Misericórdia de Alcobaça não há portas fechadas. Se tem fascínio ou, simplesmente, curiosidade pela história das instituições, peça para entrar no arquivo histórico. Leia, medite e sinta vários séculos a passar-lhe pelos dedos.

Toda a documentação, como pode ler-se no Guia do Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça, “reflete as múltiplas facetas da atividade assistencial e religiosa da instituição ao longo dos séculos”. Uma oportunidade  para ler os compromissos (estatutos) “pelos quais se governava, até aos livros de assentos de Irmãos, passando pelas atas da Mesa Administrativa e pelos registos de contabilidade, de gestão do património (inventário, tombos), de óbitos, de celebrações de missas, não esquecendo, obviamente tudo o que dizia respeito à assistência na doença e à gestão hospitalar”.

Pesquisar o acervo da Santa Casa é hoje uma tarefa facilitada. Consciente da riqueza que tinha em mãos, a Mesa Administrativa da Misericórdia confiou a reorganização do arquivo ao professor Gérard Leroux, antigo assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e conhecido investigador da história da Ordem de Cister e da Congregação.

A sala que recebe estes livros e documentos está dotada de equipamento adequado à conservação. O valor que hoje está fechado entre quatro paredes, estará um dia disponível através da Internet. “Queremos digitalizar este valioso património e fazê-lo chegar a todo mundo”, salienta o provedor da Santa Casa.

Pode ainda ler-se na brochura que “depois da implantação da República e durante muitas dezenas de anos, o acervo documental esteve guardado em deficientes condições numa dependência da sala do despacho da sede da Misericórdia, na Rua Miguel Bombarda, sendo de admirar que não se tenha perdido por completo, devido às utilizações mais variadas [Registo Civil, CTT, Banda de Alcobaça] dadas àquele edifício ao longo dos anos”.

João Carreira lembra uma conversa de Pedro Penteado, historiador na Torre do Tombo: “Era preferível arder todo o complexo da Igreja, do que perder-se o arquivo histórico da Santa Casa da Misericórdia de Alcobaça”.

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