Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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O making of de “Universalis”

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Foi preciso esticar um quilómetro de cabos elétricos por toda a igreja do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça para que o espetáculo de video mapping visse a… luz do dia. Também foram necessários seis meses de planificação e uma equipa de 25 profissionais para que “Universalis” se tornasse numa das grandes atrações da cidade durante a 18.ª edição da Mostra Internacional de Doces & Licores Conventuais.

Foi preciso esticar um quilómetro de cabos elétricos por toda a igreja do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça para que o espetáculo de video mapping visse a… luz do dia. Também foram necessários seis meses de planificação e uma equipa de 25 profissionais para que “Universalis” se tornasse numa das grandes atrações da cidade durante a 18.ª edição da Mostra Internacional de Doces & Licores Conventuais.

Depois do sucesso de “A Luz do Amor”, o Ateliê OCubo voltou a ser convidado pela Câmara de Alcobaça para dar vida a mais um espetáculo multimédia. O REGIÃO DE CISTER foi espreitar os bastidores e conta-lhe alguns pormenores desconhecidos para as muitas dezenas de milhares de pessoas que assistiram à projeção. Este é o making of de um espetáculo multimédia com 10 minutos de duração.

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Nuno Maya, responsável pelo Ateliê OCubo, resume em números o video mapping que, este ano, iluminou a Nave Central: “um quilómetro de cabos elétricos, 32 projetores e 30 gigabytes de dados para pintar o interior do Mosteiro com 50 milhões de pixels”. Cada pixel é um ponto luminoso que contribuiu para o “quadro” final que foi mostrado nas paredes, teto e colunas do monumento. 

O Cubo já tinha iluminado os 200 metros de fachada do monumento património Mundial, com a história da chamada região de Cister desde o início da História de Portugal até à atualidade, surpreendendo os que assistiram à projeção multimédia inédita. Mas este ano o projeto foi ainda mais “ambicioso e difícil do ponto de vista técnico”, começa por explicar Nuno Maya. É, até, um “projeto único a nível mundial” por se visualizar, em 360 graus, no interior de uma igreja. E dadas as particularidades da “tela”, foi preciso fazer várias “visitas técnicas e de inspiração” ao Mosteiro.
Foi logo nos primeiros passos que o projeto, o maior alguma vez feito em Portugal, se começou a complicar. Era preciso medir “paredes, portas, abóbadas, pilares e até o altar e a rosácea”, enumera o responsável. Todas estas medições são importantes para o resultado final, porque é necessário perceber que distância a luz tem que percorrer para ser projetada nas paredes ou nos tetos do monumento.

A direção artística do Ateliê OCubo já tinha uma ideia “mais ou menos definida” daquilo que queria projetar, mas só depois de concluídas as visitas técnicas é que se confirmou ser possível concretizar o “Universalis”. “Apesar de este espetáculo estar numa escala tão grande, sempre acreditámos que era possível”, assegura.

Depois de concluídos os primeiros trabalhos mais técnicos, foi tempo de fazer a pesquisa histórica nos códices cistercienses, escritos no Scriptorium do Mosteiro há centenas de anos. Através desses documentos históricos, os artistas multimédia e animadores d’OCubo recolheram o material gráfico necessário e deram início à fase da animação do projeto em “duas e três dimensões”. 

“É um trabalho lento, muito exigente, que implica voltar muitas vezes ao início, corrigir e melhorar coisas”, explica o diretor artístico. Cerca de metade da equipa debruçou-se nesta parte fulcral do espetáculo, produzindo a parte gráfica do resultado final. Depois fica, ainda, a faltar a componente sonora e a produção e montagem de todo o espetáculo. A título de exemplo, só para a montagem do sistema de luz e som são necessários “três dias de trabalho de uma equipa de seis pessoas”. É tudo feito com a máxima atenção para que no dia da inauguração não falte nada. E não faltou.

Inês Silva, vereadora da Cultura da Câmara de Alcobaça, garantiu ao REGIÃO DE CISTER que não recebeu “nenhuma crítica” sobre o espetáculo. Em vez disso, recebeu “muitas mensagens de pessoas de todo o País que gostariam de ter vindo mas não puderam”. A vereadora da Cultura defende que a cidade de Alcobaça se está a “afirmar no panorama por criar grandes eventos de cultura que cada vez atraem mais e novos públicos”. Públicos, também, cada vez mais exigentes e que querem ser supreendidos pelas abordagens criativas que lhes são propostas. Depois de “A Luz do Amor”, no ano passado, e de “Universalis”, no passado fim de semana, a fasquia fica elevada. Caso venha a ser novamente chamada pela autarquia, a equipa criativa de OCubo tem pela frente um dos maiores desafios que já enfrentou. Mas quem já iluminou a fachada e o interior do Mosteiro será, certamente, capaz de continuar a surpreender os alcobacenses e os visitantes. Com muita luz.

Túmulos iluminados foram mais uma atração para o público
À luz de “Universalis”, os túmulos de D. Pedro e D. Inês puderam ser apreciados em todo o seu esplendor. A equipa do Ateliê OCubo dedicou “muita atenção” aos dois túmulos, que acabaram por ser mais uma atração para o público do video mapping por contarem, também eles, uma história.

Os artistas multimédia dedicaram “muita atenção e trabalho” a Pedro e Inês, “pintando pixel a pixel” os túmulos. Nem detalhes como a “barba ou a roupa das figuras” escaparam ao cunho do ateliê. Nuno Maya, responsável pela empresa, revela que a sua equipa “tentou reconstituir aquilo que os túmulos seriam antes de as invasões francesas os terem danificado”.

O lado menos positivo do video mapping terá sido as longas filas, que se estenderam por largas dezenas de metros no Rossio durante alguns dos dias de exibição. Contudo, este facto só atesta o interesse e a curiosidade que os alcobacenses e não só tinham em relação ao maior espetáculo de video mapping feito em Portugal.

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