O interesse pelo desenho começou na adolescência, tal como o gosto pelo piano. O “amor” pela pintura é mais recente, mas já é “marca registada” do nazareno Cristiano Felismina, mais conhecido por Cris D. K..
O interesse pelo desenho começou na adolescência, tal como o gosto pelo piano. O “amor” pela pintura é mais recente, mas já é “marca registada” do nazareno Cristiano Felismina, mais conhecido por Cris D. K..
“O gosto pela pintura é muito recente, comecei há dois anos, e surgiu da necessidade de aumentar as dimensões dos trabalhos. Posso dizer que o carvão, pela forma como o utilizo no papel, é um processo que se pode assemelhar à pintura, pela manipulação dos pigmentos e pela mistura de outros materiais, que permitem a aplicação do carvão quase como tinta”, descreve o artista, residente em Viana do Castelo.
Licenciado em piano na Universidade de Aveiro, o nazareno acredita que o gosto pela pintura e a música “complementam-se e equilibram-se apenas em termos de horário”. “Quando não estou a pintar, estou a ensinar/tocar piano. Quando não estou a ensinar/ tocar piano, estou a pintar”, reitera.
Cris D. K. é autodidata no que toca à arte visual, mas já possui no currículo vários prémios. “Não dou muita importância aos prémios e ao facto de ser autodidata. O meu objetivo na participação nesses eventos é apenas a divulgação do trabalho, poder expor ao público, num País onde o meio da pintura e das galerias de arte é extremamente fechado, dificultando muito a divulgação do trabalho”, analisa.
A decisão de expor é recente e é justificada pelo artista com a obrigatoriedade de “defender aquilo que mostra ao público e estar confiante da seriedade do trabalho”. “Se não gostasse de ver o meu trabalho enquanto espetador, não expunha. É preciso haver respeito pelo público que perde uma parte do seu dia para visitar uma exposição. Deve haver um padrão de qualidade para mostrar o trabalho. E muitas vezes parece não haver. Expõe-se só porque sim. Para ‘embelezar’ o currículo”, assevera. A última exposição de Cris D. K. decorreu no passado mês de agosto, no Palácio Real da Nazaré. Esta é a segunda vez que expõe em “casa” e a reação do público local foi sempre “muito positiva”.
Considerada uma pintura intimista, a arte de Cris D. K. é uma forma de “abordar sentimentos mais fortes ou até mesmo negativos que todas as pessoas acabam por experienciar ao longo da vida”. “Tento nunca ser demasiado literal, deixando que o público interprete o sentido da cena visual e a interprete à sua maneira, de acordo com a sua experiência de vida”, afirma.