Deu palco a bandas emergentes de todo o País e serviu de rampa de lançamento para vários músicos na década de 90 do século passado. O Concurso de Música Moderna de Alcobaça, promovido e organizado pelo Bar Ben, ao longo de sete edições, entre 1991 e 1997, assinala este ano 30 anos de história.
Deu palco a bandas emergentes de todo o País e serviu de rampa de lançamento para vários músicos na década de 90 do século passado. O Concurso de Música Moderna de Alcobaça, promovido e organizado pelo Bar Ben, ao longo de sete edições, entre 1991 e 1997, assinala este ano 30 anos de história.
O marco vai ser comemorado a 5 de julho, data do início da fase final da primeira edição, que vai ser celebrada com a doação de maquetes de candidatura das bandas participantes, ainda disponíveis no espólio, ao Arquivo Nacional do Som.
Os materiais sonoros cedidos, além de património cultural e artístico, vão passar a ser também documentos científicos para estudo, eternizando a memória e a história de um evento que contribuiu para a revelação de bandas da atualidade, como é o caso dos The Gift, que foram os segundos classificados na edição de 1994, e dos Blasted Mechanism, vencedores “incontestados” da edição do ano seguinte.
“Foram tempos fascinantes que queremos que permaneçam sempre na memória”, revela ao REGIÃO DE CISTER José Alberto Vasco, co-fundador, co-organizador e jurado do concurso, adiantando que estão também previstas outras iniciativas para comemorar o 30.º aniversário do Concurso de Música Moderna de Alcobaça, cuja confirmação está dependente da evolução da pandemia.
A primeira edição do concurso ficou marcada pela vitória da banda marinhense Estado Sónico (na foto) que defrontou na final, num “memorável” e “histórico” concerto duplo, transmitido em direto pela Rádio Cister, os Ex-Votos, banda que contava na sua formação com o músico Zé Leonel, um dos membros fundadores dos Xutos & Pontapés.
“Além de ter sido uma ‘escola de vida’, este concurso abriu-nos várias portas para tocarmos fora da região, um pouco por todo o País”, recorda Mário Nicolau, ex-baixista dos Estado Sónico, banda que atualmente se mantém com outra formação. Em 1995, a banda apresentou o seu disco de estreia e, 13 anos mais tarde, lançou o segundo álbum.
29 anos após vencer o concurso, o antigo vocalista e teclista dos Superpopadélico, a única banda alcobacense a vencer o concurso, na segunda edição, lembra o espírito de comunidade entre as bandas que atuaram no Bar Ben e recorda a “vida” que este emblemático espaço de música ao vivo dava a Alcobaça.
“Estávamos lá todos os dias, nem que fosse só para conviver ou partilhar um disco acabado de comprar”, nota Hugo Amado. O prémio deu reconhecimento à banda de garagem, mas dois anos depois cada músico acabou por seguir o seu caminho.