Vasco “750” Luís. Ou Vasco “matador” Luís. Como preferir, caro leitor. No fundo, qualquer desígnio assenta na perfeição à veia goleadora de uma das maiores lendas vivas da história do Hóquei Clube de Turquel.
Este conteúdo é apenas para assinantes
O eterno capitão dos turquelenses já chegou à tão meritória marca. E falamos, “apenas e só”, nos golos marcados enquanto sénior. Imagine-se, agora, as centenas (ou até mesmo milhares…) que Vasco Luís apontou durante o percurso de formação. Aí a multiplicação seria infinita.
E falar de Hóquei Clube de Turquel é falar de… Vasco Luís. Porque o ainda jogador (o fim de carreira pode muito bem esperar…) já entrou, por direito próprio, na galeria dos notáveis que desde 1964 (ano de fundação do clube) ajudaram a elevar os “Brutos dos Queixos” aos mais altos patamares nacionais e internacionais. Porque Turquel pode ser uma localidade pequena, mas as suas gentes são (mesmo) muito grandes.
A patinar desde tenra idade – seguindo o legado da família, uma vez que o avô foi sócio-fundador, o pai foi diretor e presidente e o irmão foi jogador e treinador –, Vasco Luís estreou-se a marcar pelos “mais velhos” no dia 6 de novembro de 2004, na derrota (3-7) do HC Turquel no reduto do Alenquer. Daí para cá, foi sempre a somar. Os golos dividem-se por 1.ª Divisão (270), 2.ª Divisão (417), 3.ª Divisão (4), Taça de Portugal (49), Taça CERS (7) e Elite Cup (2).
Apesar da humildade que o carateriza, Vasco Luís, em declarações ao REGIÃO DE CISTER, não esconde a emoção pelo momento, sem esquecer, porém, que o principal objetivo é sempre o sucesso coletivo. “Não vou esconder que é um motivo de enorme orgulho. É um número considerável, mas o mais importante é que cada golo possa ajudar o Hóquei Clube de Turquel a ganhar. É o meu clube do coração, é o clube da minha família, e os objetivos coletivos estão sempre acima de quaisquer objetivos individuais”, assume o capitão, de 35 anos.
E consegue recuar mais de 18 anos para se lembrar do primeiro golo? “Lembro-me que foi num jogo mau da nossa equipa, numa derrota com o Alenquer”, recorda o número 9. E o mais marcante? “Foi contra o Benfica, numa meia-final da Taça de Portugal [derrota por 2-9, numa partida realizada no dia 23 de junho de 2012]. Apesar de também termos perdido por muitos, a verdade é que ainda era um jovem com pretensões mais altas no hóquei em patins e marcar um golo ao Benfica teve um sabor bastante especial”, confessa o “matador”.
Com uma vida dedicada ao emblema turquelense, no qual está há mais de 30 anos, Vasco Luís não tem dúvidas em afirmar que é ali que se sente, literalmente, em casa: “Nunca planeei isto, mas sinto um grande orgulho em poder dar seguimento ao legado da minha família, nomeadamente do meu avô, do meu pai e do meu irmão. É uma herança que vale mais que muitos títulos que pudesse ter conquistado. Este título do legado familiar é o maior de todos!”.
Depois de marcar o golo 750, que aconteceu no sábado, na receção ao Marítimo, Vasco Luís tem bem presente o golo que realmente deseja que aconteça: “O golo da subida! Seria ouro sobre azul. Mas se não for eu a marcar, que seja qualquer um dos meus companheiros de equipa. O que queremos mesmo é que o HC Turquel suba de divisão, se possível, já esta temporada.”
E para chegar a tão imponente número, foi preciso… “patinar sem parar”. Além dos muitos jogos em que apontou um ou dois golos, Vasco Luís alcançou outras proezas dignas de registo: 3 golos em 58 ocasiões, 4 golos em 23 jogos, 5 golos em 12 partidas, 6 golos em quatro momentos, e 7 golos em dois jogos. É obra! É muito festejo. São muitos anos de “mira afinada”.
“Lá em cima”, o avô estará, por certo, orgulhoso. Como estão, no plano terrestre, o pai, a mãe, o irmão e restante família. Parabéns, Vasco “Turquel” Luís!