Depois do insucesso do ano passado, assumido pela Câmara, as Festas do Sítio – ou as Festas em Honra de Nossa Senhora da Nazaré – estão de regresso ao Parque Atlântico, entre os dias 1 a 10 de setembro, com maior vigor graças ao orçamento de cerca de 80 mil euros, mais 30 mil do que o despendido em 2022.
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“Investimos nas festas para devolver a dignidade que se foi perdendo”, refere o vereador da Cultura, Manuel António Sequeira, que anuncia “a animação musical com nomes sonantes” e “o triplo das diversões”. As festas são organizadas pela Câmara e pela Paróquia, mas o programa e animação são da responsabilidade da autarquia, cabendo à igreja a vertente religiosa dos festejos.
“Temos um orçamento maior, mas também maior receita”, sublinha o vereador, numa referência a mais e maiores divertimentos. “O facto de termos avançado em maio na Festa do Mar permitiu-nos cativar diversões que de outra forma não vinham cá”, explica o vice-presidente da Câmara. A pista de carrinhos de choque, a título de exemplo, não será a mesma do ano passado, “que foi proibida de vir por ser obsoleta”. Ao invés, a nova pista “está ao nível das melhores do País”, descreve o responsável pelo pelouro da Cultura.
Os Anjos, agendados para o dia 8, feriado municipal, são um dos cabeças do cartaz de 2023, onde cabem, entre outros, David Antunes & The Midnight Band, a Rosinha e Némanus e Banda Magna.
As festas do Sítio perderam a pujança de outrora há cerca de cinco anos “por força da diminuição do orçamento”, reconhece Manuel António Sequeira, que está confiante quanto à localização dos festejos, no Parque Atlântico. Antes, a festa realizava-se no Largo do Sítio, junto ao hospital.
A celebração surgiu ainda na Idade Média, para comemorar o milagre de Nossa Senhora da Nazaré que, a 16 de setembro de 1182, terá salvado o cavaleiro D. Fuas Roupinho de uma queda mortífera do cimo do promontório da Nazaré.
As Festas tinham uma componente religiosa, centrada no Santuário, com missas, pregações e procissões, e uma componente profana espalhada pelas ruas e largos do Sítio, com touradas, danças, jogos, corridas de cavalos, pirotecnia, malabaristas, ou espetáculos de teatro, ópera, música, entre outros divertimentos onde a comida e a bebida tinham um lugar privilegiado. À noite os espetáculos de fogo de artifício preso e aéreo atraíam milhares de pessoas e eram visíveis a dezenas de quilómetros do Sítio.
As Festas do Sítio mantiveram-se afamadas e concorridas até meados da última década do século XX. Em 2001 foram deslocadas para o Parque Atlântico, um recinto vedado no pinhal e afastado do Hospital da Confraria, o que terá sido decisivo para a mudança.