A Galeria Conventual de Alcobaça assinalou, no passado dia 23 de novembro, 30 anos de atividade. De forma a celebrar a data, será lançado na próxima primavera um documentário, realizado por Filipe De Moura, a partir dos vídeos gravados nas primeiras inaugurações e de depoimentos de artistas que por ali passaram, revivendo, assim, alguns dos momentos mais marcantes destas três décadas de história.
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Fundada por Maria do Céu e Luís Pereira de Sampaio, a Galeria Conventual foi pioneira na promoção da arte contemporânea em Alcobaça, tendo tido um papel fundamental no lançamento de artistas emergentes.
“Durante cerca de vinte anos criaram-se movimentos culturais na cidade, levando públicos a visitar arte, alguns que não tinham esse hábito e trouxeram-se artistas que não era habitual. Chegámos a realizar, em média, quatro exposições por ano”, recorda Jorge Pereira de Sampaio, filho dos fundadores e impulsionador do projeto desde o início.
“Como estudante de História da Arte na época, lancei o desafio aos meus pais e formámos uma equipa que trabalhou lindamente, que criou e multiplicou públicos”, acrescenta, em declarações ao REGIÃO DE CISTER.
Ana Maria Botelho, D’Assis Cordeiro, José Paulo Ferro, José Aurélio, Isabel Garcia, Sofia Arez, Nélia Caixinha, Barahona Possolo, António Trindade ou Fernando Pinto-Coelho foram alguns dos centenas de artistas que passaram pela Galeria Conventual de Alcobaça. Quando no local não havia exposições, alguns quadros eram expostos no espaço de antiguidades, ao lado. As obras contemporâneas juntavam-se aos móveis e às esculturas antigas, “promovendo-se, assim, um ‘diálogo artístico’ entre épocas”, conta o responsável.
Nos “tempos áureos” da Galeria Conventual as “vernissages” que ali aconteciam aos sábados à tarde ou à noite agitavam completamente a vida social alcobacense. “Muitos apareciam pelo convívio social, mas as exposições acabavam por ser visitadas por centenas de pessoas”, salienta Jorge Pereira de Sampaio.
Os “salões de primavera” que apresentavam as obras dos alunos finalistas de artes do ensino secundário eram outros dos muitos “acontecimentos” da Galeria Conventual.
Com o falecimento de Luís Pereira de Sampaio, em 2013, surgiu naquele local o Museu de Cerâmica de Alcobaça. Atualmente, o espaço museológico alberga diversas coleções de antiguidades do espólio da família Pereira de Sampaio e está aberto para visitação. Um espaço que vai marcar para sempre a história e a cultura alcobacense.