Os vários motociclos que diariamente estão estacionados à porta do número 119 da Rua Miguel Bombarda, em Alcobaça, não deixam margem para dúvidas: há ali um oficina.
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O espaço está aberto há mais de 60 anos e teve como mentor Deodoro Morgado Henriques. Na década de 1960, o empresário decidiu abrir um negócio relacionado com as motas e a oficina desde cedo deixou a marca na cidade. Os tempos eram de tal forma outros que a renda, na época, era uma… “brincadeira”. Quem o afirma é o filho, que tem o mesmo nome.
“O meu pai abriu esta casa há 60 e tal anos, já como oficina, e para que tenha noção da realidade que se vivia naquela altura, a renda que ele pagava era de 18 escudos”, recorda Deodoro Henriques, que foi batizado com o nome do progenitor e que é, atualmente e em sociedade com a irmã, o proprietário da empresa.
“Trabalho aqui desde os 15 anos. Hoje tenho 65 e como tal, é isto que faço há meio século. Foi sempre a minha vida”, relata o empresário, numa opinião partilhada pela irmã, quatro anos mais nova. “Também comecei a vir para aqui desde muito cedo, talvez desde os meus 16 anos, e acabei por ir ficando…”, confessa Anabela Morgado.
A vida foi andando e os “manos” acabaram por ficar definitivamente com a gestão da oficina. Corria o ano de 1996. Nessa altura, o nome do espaço, que era o do pai de ambos, mudou para Motas Alcoa. Daí para cá, já lá vão quase três décadas, se há algo que não tem faltado é… trabalho.
“Felizmente que isso foi coisa que nunca nos pudemos queixar nesta casa. Até digo mais, há ocasiões em que temos excesso de trabalho! Mas com esforço e dedicação, tudo se faz”, confessa Deodoro Henriques.
O setor de atividade até pode queixar-se de algumas quebras, em determinados momentos, mas a verdade é que as Motas do Alcoa têm sempre clientes. A grande maioria fiéis e que frequentam a casa há muitos anos, sendo que alguns deles vão trocando de motorizada, mas não abdicam da oficina de referência.
Para isso também há uma razão: a qualidade do serviço prestado. Tal como relata Anabela Morgado, que utiliza mesmo uma designação curiosa: “Podemos dizer que isto é o hospital das motas. Hospital no sentido de aqui resolvermos todos os problemas. Os nossos clientes sabem que primamos pela qualidade e sempre que precisam vêm aqui fazer as reparações aos seus motociclos.”
O irmão complementa a ideia: “A fidelidade dos nossos clientes é de tal forma que, muitos deles, vão trocando de moto e vão continuando a vir cá. Seja para pequenas reparações ou para intervenções maiores. Sabem que aqui há sempre qualidade no serviço.”
O espaço é típico e, se tudo correr bem, ainda vai continuar aberto nos próximos anos. Sendo que, a partir de 2025, será nas novas instalações, em Chiqueda. Mudará o espaço, mas apenas isso. A qualidade promete ser a mesma de sempre…