É cada vez mais crescente a insatisfação de parte das populações de Turquel e da Benedita no que concerne às linhas de muito alta tensão que estão instaladas nas duas freguesias e que, no entender dos lesados, tem provocado graves problemas de saúde a alguns habitantes das referidas zonas do concelho de Alcobaça.
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Face a estes acontecimentos, nos últimos meses tem ganho força a voz de um movimento autointitulado “Lesados-Linhas de Muito Alta Tensão”, cujo principal rosto tem sido Lino Henriques, cidadão que tem levado a cabo várias iniciativas de protesto para alertar a opinião pública e que, na passada segunda-feira, fez questão de expor o caso em reunião pública da Câmara de Alcobaça.
“O Decreto-Lei 11/2018 impede que novas linhas de muito alta tensão passem sobre as casas de habitação. A verdade é que nós não fomos avisados de que obras iriam ser feitas, numa linha em final de vida útil, conforme pode verificar-se nas contas da REN de 2022”, começou por dizer, acrescentando que, recentemente, “ foi instalada uma nova linha, ainda com mais potência”, bem como “postes novos, mais altos e compridos, e que ficarão naquela zona para as próximas décadas”.
Perante esta situação, Lino Henriques diz que está “em causa a saúde pública”, criticando ainda o facto de “tudo o que está a acontecer ser completamente à margem da lei”.
O coordenador do movimento de lesados anunciou ainda que “os proprietários dos terrenos onde são instalados os postes estão a ser pressionados e não têm meios para contrariar uma entidade em abuso de posição dominante”. Nesse sentido, defende o turquelense, “a Câmara Municipal de Alcobaça devia proteger-nos desta ilegalidade e não o tem feito.”
E porque o que está em causa, acima de tudo, é a saúde dos habitantes da zona, Lino Henriques apela à autarquia para que “aja em conformidade” para que “nenhuma desgraça aconteça”.
Depois de largos minutos a escutar atenciosamente o referido cidadão, o presidente da autarquia mostrou-se solidário. “Sempre estarei, enquanto presidente, e tal como está toda a Câmara, ao lado das populações. No entanto, este é um projeto de interesse nacional que a Câmara não licenciou nada”, assinalou Hermínio Rodrigues, que assumiu já ter tido “reuniões com a REN” sobre este tema por também estar “preocupado”. O autarca deixou a promessa de “continuar a acompanhar o caso e defender a população”.