A primeira fase da maior instalação de aquaponia da Europa na Nazaré deverá estar pronta dentro de um mês, de acordo com o CEO da Building Global Innovators (BGI), empresa líder do projeto.
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Gonçalo Amorim explicou que as condições climatéricas, “nomeadamente os ventos fortes que se fizeram sentir na Nazaré”, atrasaram a empreitada “em cerca de uma semana”. O projeto AmpliAqua, que foi apresentado no passado dia 23 de abril, no Porto da Nazaré, será concretizado em três fases, sendo que a primeira resulta de um investimento de 1,3 milhões de euros, dos quais 914 mil euros serão financiados pelo Programa Crescimento Azul dos EEA Grants.
Ao REGIÃO DE CISTER, o CEO da BGI fez um ponto de situação sobre o estado atual da empreitada correspondente à primeira do AmpliAqua. “Temos toda a infraestrutura exterior já instalada. Eletricidade, canalização e sistemas de circulação também já estão colocados”, começou por elucidar. “Neste momento, falta fazer o assentamento do chão, instalar todas as tubagens e os restantes equipamentos da unidade”, detalhou Gonçalo Amorim.
Na parcela de mil metros quadrados da primeira fase do AmpliAqua, está instalada uma estufa climatizada de 670 metros quadrados, onde vão ser instalados os sistemas de bombas e filtragens, bem como um sistema de recirculação aquícola, que permite reaproveitar mais de 90% de toda a água que é utilizada. Quando tudo estiver funcional naquele espaço, vão trabalhar três níveis tróficos, em sintonia – a piscicultura, a hidroponia e a cultura de microalgas –, favorecidos pelo sistema ecológico aberto, natural e controlado ali implementado. Fora da estufa serão montadas células fotovoltaicas para alimentar a unidade pré-industrial.
A otimização do sistema e o balanceamento de micro-nutrientes e microbiologia serão condições chave para a construção da segunda fase do projeto (resultante de um investimento de cerca de 2 milhões de euros, dos quais 820 mil serão financiados pelo EIT Food, entidade que também será acionista do projeto). Atualmente em fase de licenciamento, aquela unidade do AmpliAqua engloba uma área de 2,5 mil metros quadrados, estimando-se que no prazo de um ano possa começar a ser construída.
O projeto fica concluído com a execução da terceira fase, que vai implicar um investimento de 68 milhões de euros. O processo de licenciamento já foi iniciado junto da Docapesca e a construção deverá ter início daqui a cerca de dois anos.