Uma verdadeira referência na formação dos futuros craques. Assim é na aldeia do futsal, onde o CCRD Burinhosa tem o segundo nível mais alto no que se refere às certificações enquanto entidades formadoras, atribuídas pela Federação Portuguesa de Futebol. As quatro estrelas que ostentam pela terceira época consecutiva, de resto, colocam os burinhosenses no mais alto patamar do futsal distrital, não fosse ser o único emblema com tão alta distinção no futsal.
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Mas para receber esta certificação são necessárias muitas horas de dedicação e… poucas horas de sono. Que o diga Sílvio Castanheiro, o responsável por esta “pasta” no CCRD Burinhosa. “O processo de certificação iniciou-se em 2018, mas apenas conseguimos certificar o clube na época 2020/2021, ficando perto de ser quatro estrelas”, começou por contextualizar ao REGIÃO DE CISTER, explicando que o clube entendeu ser “uma ferramenta de crescimento da formação”. “Fomos crescendo estruturalmente e desportivamente nas últimas três épocas e conseguimos atingir o patamar das quatro estrelas, no qual estamos estabilizados”, referiu.
E esse dado é, segundo diz, comprovado pelo facto de o emblema do concelho de Alcobaça ser “reconhecido nacionalmente como um dos bons clubes de formação, representando a região e o seu potencial desportivo”, nota.
O CCRD Burinhosa conta apenas com jogadores oriundos do distrito de Leiria, uma das metas traçadas pelo “Projeto 23-30” – lançado pela Direção burinhosense na última temporada –, algo que não sucede com os clubes certificados com cinco estrelas, uma vez que têm estruturas diretivas maiores e também uma maior capacidade de recrutamento em vários pontos do País.
Com estes reconhecimentos nos últimos anos, a Bury foi desenvolvendo vários apoios. Da nutrição, à psicologia, ao departamento técnico, de recrutamento, mas também ao nível da ética e do respeito pelos adversários.
Depois de repisar o sucesso da equipa de sub-19 no campeonato nacional – no qual se sagraram vice-campeões na temporada que findou recentemente –, uma equipa sénior consolidada na 2.ª Divisão e uma aposta vincada na formação, Sílvio Castanheiro sublinha que o mais importante é perceber que “os atletas são hoje melhores seres humanos, com valores, e conseguiram praticar desporto e serem, em simultâneo, bons alunos”.
A certificação do organismo que gere o futebol, o futsal e o futebol de praia português é bastante exigente e obedece a diferentes (e rigorosos) critérios, o que valoriza ainda mais o trabalho efetuado pelo emblema da aldeia do futsal. Mas há sempre mais por fazer. “O crescimento é contínuo e trabalhamos para um patamar da excelência, sendo que o próximo passo é a melhoria do departamento médico e de apoio à lesão e ao rendimento desportivo”, antecipa o até então diretor da entidade formadora, que está de saída e que agradece a todos aqueles que, até à data, têm dado o seu contributo para este desempenho notável.
As cinco estrelas, como garantiu, estão sempre no horizonte. Até porque o CCRD Burinhosa “deixou de ser o clube da aldeia do futsal para ser um emblema que representa a região de Leiria”.
Região com mais três clubes certificados
Se a queda do Ginásio para as três estrelas é uma má notícia para a região, em sentido inverso há também a destacar o surgimento de mais três entidades formadoras relativamente a 2023. AR Pederneirense e Serro Ventoso adquiriram a certificação de 3 e 1 estrela, respetivamente – no caso dos pederneirenses há mesmo uma evolução notável –, enquanto o CRP Ribafria foi também reconhecido como Centro Básico de Formação de futsal feminino, distinção que junta às 3 estrelas obtidas no futsal masculino.
Entre as 16 entidades distinguidas pela avaliação da Federação Portuguesa de Futebol, há a destacar ainda mais algumas “promoções”, nomeadamente o Centro Social de Évora, que passa a ostentar o estatuto de entidade formadora de 2 estrelas.
A nível distrital, foram certificadas 89 entidades, número bastante superior aos 73 distinguidos na última edição e que representa a aposta que tem vindo a ser desenvolvida pelos clubes. Até porque, importa acrescentar, estas certificações são cada vez mais importantes para os clubes darem passos seguros no seu crescimento. E no caso de hipotéticas presenças em competições nacionais, tornam-se mesmo imprescindíveis.