Depois de mais uma edição menos bem sucedida das Festas do Sítio, no Parque Atlântico, o presidente da Câmara anunciou, na passada sexta-feira, em reunião do executivo, que já está a ser estudado um novo modelo numa nova localização, mais perto do Sítio.
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“Podem regressar a um local mais próximo ao Santuário de Nossa Senhora da Nazaré”, revelou Manuel Sequeira, que tem mantido as conversações com a Confraria de Nossa Senhora da Nazaré. A ideia é retomar um modelo mais idêntico ao praticado há décadas, quando a parte pagã das festividades decorriam nas imediações do Santuário.
Sobre a edição que decorreu entre os dias 4 e 8, quando o evento foi organizado por uma comissão de festas em conjunto com a Câmara, o edil admitiu que “ainda não foi desta, com a fórmula que pensada, muito por conta de propostas aqui apresentadas, de dar às associações a responsabilidade organizativa deste evento, que se conseguiu apresentar um modelo satisfatório ao nível das visitas e comercial”, acrescentando que já deu início “ao que será a força matriz daquelas festas, chamando-as mais para o Sítio”.
O autarca adiantou que já aconteceu uma primeira reunião de trabalho com o presidente da Mesa da Confraria sobre o tema e que é intenção da autarquia “dar resposta ao principal problema das festas, a sua localização”. Manuel Sequeira não tem dúvidas de que “as pessoas e comerciantes sentem” a falta de centralidade dos festejos. “Há propostas pensadas e que poderão ter eficácia no próximo ano. Vamos verificar”, disse o socialista, que remete a temática para uma próxima reunião de Câmara ou de Assembleia Municipal.
Na reunião da passada sexta-feira esteve presente o presidente da Associação de Comércio Indústria e Serviços da Nazaré (ACISN), Bruno Pereira, em representação da comissão organizadora das festas e entidade responsável pela negociação e contratação de artistas, iluminação, comerciantes, tendas, palco, necessidades técnicas e logísticas, bem como patrocinadores do evento. Como se registaram dificuldades com os patrocínios, a Câmara teve de solucionar o problema, tendo afetado 57 mil euros a mais para fazer face aos custos.
O representante dos comerciantes explicou que o cartaz, proposto a 18 de janeiro, foi fechado no início de junho, a três meses das festas. Bruno Pereira considerou “que o progressivo desinteresse pelas festas”, por parte do público e comerciantes, “pode ter levantado dificuldades” ao sucesso do evento, referindo, ainda, que a “iluminação não foi feita porque não existia verba”, mas que, apesar das circunstâncias, houve um aumento de presenças comerciais no recinto. “Trouxemos mais 22 stands em comparação com o ano anterior, cozinhas e tenda pagas por patrocínios, bem como e novas marcas ao evento”, disse o presidente da ACISN, rejeitando críticas de “falta de organização ou planeamento”. Bruno Pereira reconheceu que houve dificuldade nos patrocínios ao evento, “em parte pela quebra que tem vindo a ser registada na procura destas festas”.
Do lado da oposição, Paulo Reis (PSD) disse estar perante uma organização que “mais parece um evento género telenovela venezuelana”, apontando ao executivo (PS) uma atitude de “sacudir responsabilidade” sobre a solução das festas. Já o vereador João Paulo Delgado (CDU) falou em “falta de rigor e de capacidade organizativa de eventos”.