A Assembleia Municipal chumbou, esta terça-feira, o Orçamento da Câmara para 2025, no valor de 31 milhões de euros, com 11 votos contra, 8 a favor e 3 abstenções. Além do voto contra dos eleitos da CDU e do PSD, o documento proposto pelo executivo liderado por Manuel António Sequeira recebeu uma abstenção do Bloco de Esquerda e duas do PS.
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“A CDU enviou 25 propostas, que não foram acolhidas, mas, mesmo que fossem, o que nos vincularia a este orçamento, se os níveis de execução são tão baixos?”, questionou Samuel Fialho. A CDU fala de um orçamento que não serve a Nazaré, “o concelho da região com maior desigualdade e com as faturas mais caras do distrito”. Por outro lado, o deputado comunista acusou o orçamento de tratar de forma desigual as freguesias do concelho, “condenando em muito o seu desenvolvimento”.
Tanto a CDU como o PSD apontaram duras críticas ao grau de execução dos projetos da maioria PS.
Da bancada do PSD, Tânia Gandaio destacou que “há obras que são as mesmas há mais de 10 anos nos sucessivos orçamentos”. A social-democrata apontou “as estradas esburacadas, a falta de habitação social e habitação a baixo custo, a falta de estacionamento, o caos no trânsito, as grades a protegerem as casas em ruínas, o lixo que se acumula, a proliferação de pragas, a falta de alteração do PDM, a vergonha do Mercado Municipal – que só tem 70 mil euros inscritos -, os museus que não temos e as freguesias de Famalicão e Valado dos Frades paradas no tempo”. Tânia Gandaio mostrou apreensão quanto ao projeto do Funicular da Pederneira, inscrito no orçamento, mas que se encontra “num impasse perigoso pela aproximação aos prazos do PRR”. As preocupações da bancada social-democrata, resumiu a deputada, “não estão espelhados neste documento”.
O presidente da Câmara, que desvalorizou as críticas das bancadas do PSD e da CDU, sublinhou que “a Nazaré está a caminho de sair do limite do endividamento”, de forma a sair da supervisão do Fundo de Apoio Municipal. “Ninguém fala dos anuários financeiros, que colocam o Município em 28.º lugar na rubrica da maior independência financeira. Alguma coisa estamos a fazer bem”, contestou Manuel Sequeira.
O edil salientou um conjunto de “obras estruturantes”, como o pavilhão de Famalicão, a Lagoa do Sal0io, a Lagoa de Fanhais e o Funicular da Pederneira, e destacou “a entrada de valores importantes”, nomeadamente para o Terminal Rodoviário e a renovação do Cine-Teatro. O orçamento inclui ainda verba para a Estratégia Local de Habitação, os Bairros Comerciais Digitais, a instalação do Juízo de Competência Genérica da Nazaré, a ampliação e remodelação do polo de Famalicão da Unidade de Saúde Familiar Global e, entre outros, a pavimentação de estradas e caminhos.
Dois deputados municipais eleitos pelo PS renunciam aos cargos
Os deputados Pedro Marques e Carolina Silva, eleitos pelo PS, renunciaram, anteontem, aos cargos para os quais foram eleitos para o mandato 2021-2025, em sessão da Assembleia Municipal da Nazaré.
Pedro Marques disse não se rever nas políticas “que têm afastado dos jovens”. “Senti que as ideias dos jovens, por mais inovadoras que sejam, não foram recebidas da melhor forma”, afirmou o socialista, que integra o executivo da Junta de Famalicão.
Já Carolina Silva, que integrava a Mesa da Assembleia, considerou que “as opiniões dos jovens são negligenciadas”, o que constatou após analisar a proposta de orçamento para 2025. A jovem foi substituída na Mesa pelo deputado João Peça.