O novo presidente da Câmara da Nazaré, Serafim António, tomou posse na manhã do passado sábado com um apelo à união e ao diálogo entre todas as forças políticas, defendendo uma governação assente na cooperação, transparência e rigor. Perante um auditório completamente lotado na Casa-Museu Mário Botas, espaço simbólico para os nazarenos, o autarca, eleito pelo PSD, sublinhou a necessidade de “construir pontes entre as diversas forças políticas, as instituições, as associações, as empresas e cada cidadão do concelho”.
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“Vivemos tempos em que é mais fácil dividir do que unir, em que o populismo se alimenta da desconfiança e do medo. Por isso, reafirmo o meu compromisso com o diálogo, a transparência e o rigor como únicas formas de fazer política com responsabilidade, verdade e resultados”, afirmou o novo edil, estreante na vida política. Serafim António garantiu que o diálogo com todas as forças políticas será “permanente, leal e construtivo”. “A Câmara da Nazaré tem de ser uma casa de cooperação, não de confronto. Precisamos uns dos outros para fazer mais e melhor pelo concelho. Conto com todos, porque acredito sinceramente que é na diversidade de ideias que se constroem as melhores soluções para os desafios que temos pela frente”, sublinhou.
Apontando o futuro, descreveu a Nazaré como uma “terra de coragem e de gente que sabe enfrentar o mar”, destacando o seu potencial, identidade única e capital humano. “O desenvolvimento de um concelho é sempre um processo contínuo, feito de contributos de muitos, de visões diferentes, mas com um objetivo comum: o bem da Nazaré”, disse, reforçando a ambição de promover “uma Nazaré que cuida das pessoas, cria oportunidades para os jovens, apoia os mais idosos e valoriza o património cultural e natural”. O sucessor de Manuel António Sequeira afirmou ainda querer uma Nazaré que aposta “no conhecimento, na inovação, no turismo de qualidade e na economia do mar, sem nunca perder a sua autenticidade”.
A cerimónia da tomada de posse dos órgãos autárquicos para o mandato 2025-2029 ficou também marcada por uma homenagem a Álvaro Laborinho Lúcio, recordado com um minuto de silêncio e um prolongado aplauso. “Homem de justiça, de cultura e de educação, soube elevar o nome da Nazaré através da sua ação como magistrado, pensador e docente, mas também através do teatro e da palavra, que tanto amava e dominava”, referiu Serafim António, lembrando o “ilustre nazareno” que presidiu à Assembleia Municipal entre 1993 e 1997 e deixou uma marca de “humanismo e integridade no serviço público”.
Na mesma sessão, Ricardo Neves tomou posse como presidente da Assembleia Municipal, cuja Mesa foi eleita por lista única. Durante o discurso, evidenciou que “este é o momento de abraçar as causas da população, de erguer pontes e de trazer as soluções que constroem o futuro e alimentam a esperança do concelho”. Esperando “cooperação e entendimento”, o sucessor de José Sales apelou para que fossem “deixadas de lado questões partidárias”, colocando-se “em primeiro plano o ideal, o trabalho e a objetividade”. “O rigor e a transparência ocuparão um lugar de destaque nesta casa. Faremos tudo para que esses valores se mantenham firmes e inabaláveis”, notou também.
Os 21 lugares da Assembleia Municipal da Nazaré ficam distribuídos pelo PSD (9 eleitos), pelo PS (7), pela CDU (3) e pelo Chega (2), tomando também posse os três presidentes de junta.
Em representação do PSD, Rogério Serrador falou num “novo ciclo na vida política do concelho”, destacando que “a democracia vale a pena quando é exercida com verdade e com compromisso”. “A maior [responsabilidade] de todas é a de honrar o voto recebido, transformando-o em trabalho, rigor e resultados concretos para a Nazaré“, disse o deputado municipal, enfatizando que “o voto é uma demonstração de confiança e que a confiança não é um prémio, mas sim uma obrigação”.
Pela bancada do PS, José Alexandre destacou o “sentido de responsabilidade e compromisso com todos os cidadãos do concelho”. “O PS tem sido, ao longo da sua história, um pilar da democracia portuguesa e um defensor dos valores da liberdade, da justiça social, da celeridade e da igualdade de oportunidades. O poder local é o espaço mais próximo das pessoas e dos seus desafios.
Comprometemo-nos a exercer as nossas funções com seriedade, transparência e dedicação, colocando sempre o interesse público e o bem estar dos habitantes do concelho acima de qualquer outro interesse”.
Já Geraldo Viola, representante da CDU, defendeu um “trabalho em defesa das populações”, garantindo que a CDU pauta-se por “dignificar toda e qualquer representação institucional”. “A governar ou na oposição, o que nos tem caracterizado é a transparência, a honestidade, a integridade e uma entrega sem limites à defesa dos mais elevados interesses das populações e da valorização dos territórios”.
Pela primeira vez com assento na Assembleia Municipal, o Chega reforçou o compromisso de “trabalhar pela Nazaré e por todos os nazarenos”. “Colocar sempre a Nazaré em primeiríssimo lugar, contribuindo, dessa forma, para que a política local seja feita com elevada transparência, coragem e com a devida proximidade com as pessoas”, salientou Pedro Nobre, frisando que o partido assumirá um papel de oposição “construtiva”


