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SPAL quer pagar dívidas de 25 milhões de euros a credores

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A SPAL deve cerca de 25,6 milhões de euros a 124 credores, depois de ter acumulado prejuízos negativos nos últimos anos e só no último ano ter sido forçada a dispensar 140 trabalhadores. 

A SPAL deve cerca de 25,6 milhões de euros a 124 credores, depois de ter acumulado prejuízos negativos nos últimos anos e só no último ano ter sido forçada a dispensar 140 trabalhadores. 

O Processo Especial de Revitalização (PER) da empresa sediada em Valado dos Frades está na fase final, confirmou ao REGIÃO DE CISTER o administrador judicial provisório. A SPAL propõe-se pagar a totalidade da dívida a todos os credores, mas pede 150 meses (12,5 anos) para o fazer.

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“Os credores vão pronunciar-se e a empresa poderá fazer alterações antes de o tribunal o publicar para que seja votado na próxima semana”, explica Bruno Costa Pereira, para quem “não é expectável” que o Estado – o maior credor da SPAL – venha a votar contra. A empresa tem ainda um fundo público como acionista: o FACCE (Fundo Autónomo de Apoio à Concentração e Consolidação de Empresas), que detém uma participação de 35% na sociedade de Alcobaça, estando a viabilização do PER dependente do aval do Novo Banco, que tem 29% dos créditos.

O plano enviado ao tribunal é o que “melhor salvaguarda o interesse dos credores”, por um lado, e, por outro, garante a “capacidade de a empresa lhe dar cumprimento”. A expetativa é, por isso, que o documento seja aprovado.

A empresa recorreu, em setembro, ao Processo Especial de Revitalização, como resposta à crise empresarial que atravessava. Na ocasião, após a apresentação do plano no tribunal, a empresa emitiu um comunicado no qual reconhecia a “situação de crise empresarial agravada com a queda abrupta e significativa da economia mundial, com a pandemia da covid-19, que veio desvalorizar os negócios e rodear a empresa de grandes incertezas”. A SPAL explicava, então, a necessidade do Processo Especial de Revitalização enquanto “medida de gestão e por forma a fazer face à pressão de alguns credores financeiros”, tendo como “único objetivo permitir a viabilização”.

A reestruturação da empresa levou à saída de 140 trabalhadores, sendo que se mantêm em funções 263 colaboradores, todos com os salários em dia, garante a empresa. Por outro lado, a SPAL tem vindo a orientar a produção para segmentos de mercado de maior valor acrescentado.

Com uma quebra na faturação de 3 milhões em 2019, no ano passado, devido à pandemia, a SPAL faturou cerca de 7,5 milhões, um decréscimo de quase metade em relação aos últimos dois anos. Só nos últimos seis anos, a SPAL acumulou prejuízos de 6 milhões de euros, tendo fechado o ano de 2020 com 2,2 milhões negativos.

Apesar de se ter agravado nos últimos anos, a situação económica da empresa arrasta-se há mais de duas décadas. Em 2010, a SPAL foi adquirida pela Cup & Saucer, evitando o encerramento nesse ano e garantindo a manutenção dos postos de trabalho.

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