O reeleito presidente da Direção do Ginásio Clube de Alcobaça assume que a subida de divisão e a conquista da Taça Distrito de Leiria são os presentes mais desejados para as comemorações do 70.º aniversário da fundação do clube. Mas aponta como prioridade a aposta nos escalões de formação, principal fator de estabilidade dos azuis para os próximos anos.
O reeleito presidente da Direção do Ginásio Clube de Alcobaça assume que a subida de divisão e a conquista da Taça Distrito de Leiria são os presentes mais desejados para as comemorações do 70.º aniversário da fundação do clube. Mas aponta como prioridade a aposta nos escalões de formação, principal fator de estabilidade dos azuis para os próximos anos.
REGIÃO DE CISTER (RC) > A três jornadas do fim da Divisão de Honra o Ginásio é líder e basta-lhe vencer os dois jogos que tem em casa para festejar a subida. O clube está preparado para a estreia no Campeonato de Portugal Prio?
JOSÉ MATEUS FERREIRA (JMF) > Estamos conscientes dos custos da subida de divisão, pois jogar nos campeonatos nacionais representa uma despesa acrescida em relação às competições distritais. Apesar de sermos um dos clubes do distrito com mais adeptos nos jogos em casa, as receitas de bilheteira são reduzidas e as despesas com organização dos jogos e deslocações vão triplicar. Sabemos que, caso consigamos o título, teremos uma tarefa muito difícil pela frente para equilibrar o clube financeiramente na próxima temporada, mas queremos abraçar esse desafio. Teremos de trabalhar ainda mais para encontrar outros patrocínios e evitar que a subida de divisão represente um prejuízo avultado para as contas do Ginásio. O clube tem sobrevivido com o apoio de algumas empresas, da Câmara, mas sobretudo com o trabalho e empenho dos dirigentes.
“As prioridades passam por subir a equipa sénior ao Campeonato de Portugal e tentar equilibrar o orçamento em 2016/17, para que a subida não cause nenhum desequilíbrio financeiro no clube”
RC > O que se pode fazer para trazer mais adeptos ao Estádio?
JMF > Desse ponto de vista não nos podemos queixar. Em média temos cerca de duas centenas de espetadores nos nossos jogos, o que é um número bastante interessante no contexto do distrito de Leiria. Mas temos consciência que, em caso de subida, haverá adeptos que deixarão de assistir aos jogos, porque os preços dos bilhetes vão subir bastante. Precisamos do apoio dos nossos adeptos para ter sucesso.
RC > Após a colocação do sintético no Municipal os resultados melhoraram em praticamente todos os escalões. Era inevitável dar este salto?
JMF > O sintético foi uma ajuda importante para o Ginásio poder ambicionar disputar os nacionais e já era um desejo antigo. Acreditamos na subida dos seniores, mas também podemos vir a ter outras equipas jovens nos nacionais em breve e o sintético era fundamental para melhorar as condições de treino e jogo. Ainda nos faltam infraestruturas no Estádio, nomeadamente os balneários, mas acredito que essa obra também irá avançar e que na próxima época seremos ainda mais fortes na formação e que iremos crescer em número de equipas e atletas. Foi sempre o objetivo do Ginásio ter equipas da formação nos nacionais. Não o temos conseguido, mas vamos continuar a trabalhar com esse intuito. Esta época temos 280 atletas e esse número, não tenho dúvidas, vai subir.
RC > Quais são as prioridades para este segundo mandato?
JMF > As prioridades passam por subir a equipa sénior ao Campeonato de Portugal e tentar equilibrar o orçamento em 2016/17, para que a subida não cause nenhum desequilíbrio financeiro no clube. Queremos subir e estabilizar o Ginásio nos nacionais, fazendo uma equipa com capacidade competitiva e sempre com recurso a jogadores formados no clube e a um ou outro reforço. Temos de trabalhar bem na formação, por forma a colocar todos os anos três ou quatro jogadores na equipa principal. O amor à camisola é muito importante e precisamos de atletas que possam receber os que chegam de fora e lhes transmitam o que é representar o Ginásio. O nosso plantel tem muitos alcobacenses e essa é uma das mais-valias da equipa.
RC > A conquista da final da Taça Distrito de Leiria, diante do Beneditense, poderá ser a cereja no topo do bolo desta temporada?
JMF > Todos os ginasistas ficariam orgulhosos desta equipa – que tem trabalhado muito bem e cujos atletas e treinadores têm o nosso total apoio – se conseguíssemos subir de divisão e, além disso, se vencêssemos a taça. É um feito que acontece poucas vezes na história e, nessa medida, seria um estímulo importante para um clube com muita história e que completa sete décadas ao serviço do desporto.
RC > É um homem feliz enquanto presidente do Ginásio?
JMF > Sou presidente do Ginásio, mas nunca me passou pela cabeça ocupar este cargo. Estou no clube há 15 anos e comecei na formação, nunca me passou pela cabeça chegar a presidente da Direção. Mas agora que estou cá tento fazer o melhor. Costumo dizer que somos pessoas de trabalho e não temos gravata. Queremos que confiem em nós e tentamos fazer o nosso melhor. Não somos vaidosos, queremos fazer sempre melhor pelo clube. Neste momento estou à frente do clube, juntamente com os meus colegas, e apenas tentamos fazer o melhor, trabalhando de forma séria e honesta, de forma a engrandecer o Ginásio.