Terça-feira, Julho 15, 2025
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Trocar a bola pelo apito

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O pai é árbitro da 1.ª Divisão de hóquei em patins, mas foi o futebol, que praticou na U. Turquel e Beneditense, que lhe despertou interesse. Martim Carvalho, de apenas 14 anos, resolveu trocar a bola pelo apito e tornou-se, esta época, no mais jovem árbitro dos quadros da AF Leiria. E ainda tem tempo para dirigir partidas amigáveis de hóquei e futsal.

O pai é árbitro da 1.ª Divisão de hóquei em patins, mas foi o futebol, que praticou na U. Turquel e Beneditense, que lhe despertou interesse. Martim Carvalho, de apenas 14 anos, resolveu trocar a bola pelo apito e tornou-se, esta época, no mais jovem árbitro dos quadros da AF Leiria. E ainda tem tempo para dirigir partidas amigáveis de hóquei e futsal.

Foi aos 12 anos que tudo começou. “Num jogo pelo Beneditense ia entrar na 2.ª parte, mas a minha vontade era pouca”, recorda o rapaz ao REGIÃO DE CISTER, contando que foi o próprio treinador que acabou por pedir ao pai do jovem que o retirasse do futebol. O gosto pelo apito já se fazia sentir. “No desporto escolar apitava jogos de futsal, basquetebol, andebol…”, acrescenta, relembrando o primeiro apito – que exibe, orgulhoso, na fotografia – que usou e que guarda com “muito carinho”.

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Daí até se tornar árbitro federado foi pouco tempo. No passado mês de fevereiro, o turquelense fez o curso de árbitro e já tem dirigido vários jogos oficiais até ao escalão de juniores. Mas não fica por aqui. Se o futebol é o desporto que lhe “enche as medidas”, Martim é versátil e também apita outros desportos, como o hóquei. E como é que nasceu o gosto pelo hóquei? “Sempre acompanhei os jogos do meu pai e fui aprendendo com ele a forma como se apita a modalidade”, diz o filho de Paulo Carvalho, turquelense que apita na 1.ª Divisão. 

Para Martim, a pressão é algo que o entusiasma e, por isso, não se inibe de arbitrar jogos de equipas seniores. Que o diga o turquelense André Luís que convidou o conterrâneo para apitar o jogo de apresentação do HC “Os Tigres”, na passada semana. “Os mais velhos até têm mais respeito por eu ser ainda um miúdo a começar na arbitragem, mesmo que, por vezes, também oiça palavras menos bonitas”, frisa. “Há alguns jogadores que tentam intimidar-me, mas isso não me afeta e faço questão de mostrar quem é que toma as decisões”, garante.

O “Sr. Árbitro”, como é apelidado pelos colegas de escola, afirma-se como um juíz rigoroso e que não permite um jogo muito físico. “Se perder o controlo do jogo logo no início depois é mais difícil recuperar e, por vezes, o encontro torna-se demasiado faltoso”, nota.
A cumprir o 8.º ano de escolaridade, o sonho de Martim é ser professor de História e chegar aos grandes palcos da arbitragem, sobretudo, no futebol. “Gostaria de chegar à 1.ª Divisão nacional do hóquei, mas sem dúvida, que o futebol me atrai mais. A multidão em redor do campo dá-me motivação”, destaca.
Mais intranquilo fica o progenitor. “Vou sempre apoiá-lo nas escolhas dele, mas este é um mundo ingrato e em que somos o ‘alvo’ fácil”, reitera o “juiz” nacional, notando ainda que acredita que o filho tem “o perfil certo para chegar muito longe na carreira”.

Ser árbitro, no entanto, é apenas um dos talentos de Martim. O jovem tem gosto pela escrita, e num dos poemas que escreveu a 28 de novembro de 2017 lê-se: “E o pessoal da bancada, com asneiras e palavrões, piropos e uns copos, que aquecem corações”. Mas o maior “poema” da vida do pequeno Martim ainda está para chegar. 

Num estádio cheio, Martim quer apitar um jogo entre Argentina e Chile na final de um campeonato do Mundo. “São jogos em que o árbitro tem de intervir várias vezes e é disso que gosto”, contou o estudante. No futuro, quem sabe, se o poema de Martim se torna real.

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